segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Capítulo 7: Prisioneiros da Paixão

Nathaniel pediu um café expresso com um quiche de frango e eu um chocolate grande e um folheado. Eu não conseguia encará-lo e fiquei um bom tempo tentando evitar seus olhos sedutores e hipnotisantes. Então ele pegou na minha mão, com pouco de força, que estava sobre a mesa.
- Está desconfortável, Euphi-chan? Não sabia que você era tão tímida. - eu olhei para ele e corei. E me ocorreu de eu parar de fugir. Se eu relaxasse um pouco mais, quem sabe ele se acalmaria também. Então deixei meu corpo a não demonstrar resistencia. E funcionou! Então era isso! Nathaniel não gosta de nada fugir de seu controle e é por isso que fica irritado.
Ainda com minha mão direita em sua esquerda ele a levou no rosto e o esfregava lentamente para cima e para baixo nas costas em uma forma de carinho. Sua face era tão lisinha e macia. Acho que ele estava me testando. Até então eu fiquei tranquila. Depois pegou minha mão novamente e começou a beijar as costas lentamente. Eu corei enquanto eu sentia o calor de seus lábios e a maciez dos beijos, que alternava com leves passadas de nariz. Senti meu coração disparar alucinado. E então o garçon chegou com o nosso pedido fazendo ele soltar minha mão imediatamente.
- Bom apetite. - disse Nathaniel sorrindo simpático. Sua expressão havia mudado! Não era mais agressivo.  Todas as vezes que meus olhos cruzava com os dele eu forçava um sorriso e ele correspondia. Ele notava que eu estava tantando ser a mais agradável possível.
- Nathaniel-kun, me responde uma coisa?
- Diga, Euphi! - respondeu alegremente sorrindo.
- Como você é veterano com 15 anos em uma escola que só tem o 2º grau?
- Ah! É porque até ano passado tinha o 1º grau e então meu pai resolveu acabar com isso e espandir a escola. Agora o prédio que tinha aulas é o ginásio.
- Peraí! - exclamei surpresa. - Seu pai é o dono da escola?
- Sim! - respondeu sorrindo. Eu fiquei chocada! Não sabia disso. 
- Além do mais para fazer uma escola de amor para crianças e pré-adolecentes é contra a lei, né?
- É mesmo! - concordei tentando me acalmar. - Então seu pai é um empresário? - indaguei na minha ingenuidade. Ele riu bastante me deixando ainda mais sem graça.
- Euphi você é tão engraçada.
- O que foi? - perguntei ficando confusa. - Não entendi.
- Tão desligada minha lindinha! - continuou me deixando ainda mais sem graça. - Já ouviu falar do banco Kazahaya?
- Claro! O banco que somente os clientes "A" tem conta.
- Meu pai é o presidente. - respondeu por fim.
- O quê?! - fiquei de boca aberta! Estava sentada em frente a outro bilionário! Como assim?! Eu uma pobre mortal! Saindo com esses caras bacanas! Primeiro Jade depois ele! - Mas por que vocês não estão em Tokyo? E sim em uma cidade pacata como essa?
- Por causa da violência. - respondeu ficando sério demonstrando que não gostava em ficar alí. - Filhos de caras ricos, são sequestrados sabia?
- É mesmo, né? - concordei tratando logo de tomar meu chocolante antes que esfriasse. Agora está explicado! Por isso que suas roupas são boas e Ambre usa joias. E também ele identificou a joia que estava no meu pescoço. Então eu comecei a cometer um erro que nenhuma garota deve o fazer. Comecei a compará-lo com o Jade.
Jade era rico, podia se vestir bem, ter o que quiser, mas não era fino. Era uma pessoa rustica mesmo montado no dinheiro, coisa de fazendeiro mesmo. E Nathaniel, não. Ele tinha porte de principe. Andava elegante, seu jeito de andar expressava elegância. Seus gestos eram finos e educado. Até para limpar a boca com o guardanapo ele apenas encostava nos lábios para tirar o excesso. Um verdadeiro gentleman! 
Sem perceber fui me apaixonando mais e mais por ele. 
- E-u-p-h-i-c-h-a-n! - exclamou pousadamente fazendo uma voz de criança e tocando com a ponta do indicador na minha testa.
- Hã? - indaguei voltando dos meus pensamentos. - Aconteceu alguma coisa?
- Seu rosto é tão bonito para ficar enrrugado. - disse gentilmente. Não era um elogio falso para minha surpesa. 
Ele pegou a carta e colocou o cartão de crédito fechando-a e entregando para o garçon. Lembre do bilhete de Jade e o olhei rapidamente por baixo da mesa:
" Peço desculpas Euphi. Queria ter saido com você. Amanhã não poderei ir para a escola, mas depois de amanhã lhe convidarei para sair! Eu prometo! Beijos do Jade."
Vamos... Euphi-chan! - chamou-me fazendo aquela voz de criança de novo e sorrindo. Levantei e segurei a sua mão quando a ofereceu e fomos andando. - Tem uma pracinha alí na frente, vamos pra lá?
Eu não disse nada deixando ele me levar até lá. Dessa fez ele segurou minha mão mais suave. Estava se sentindo seguro e eu não tinha motivo nenhum de fugir. 
Sentamos em um banco de madeira em uma parte um pouco mal iluminada para ficarmos mais a vontade. Ambos sentaram de lado para ficarmos mais ou menos de frente um para o outro. Fiquei tentada em tirar a franja de seus olhos e o fiz com a ponta do indicador. Ele ergueu os olhos me encarando sedutoramente. Não era mais aquele olhar de ameaça, era de sedução mesmo. Nathaniel pegou minha mão e voltou a beija-la e passá-la no seu rosto. Quanto mais ele fazia isso, mais meu coração batia alucinado. 
Então de repente pegou minha cabeça e a colocou no seu ombro esquerdo se aproximando de mim. Colocou sua cabeça no meu ombro esquerdo e ficamos assim num quase abraço. 
Ele tinha um cheiro tão bom e seu perfume também era gostoso. Eu comecei a ficar embriagada. Malditos feromônios! Por que tinha que ser tão compatíveis! 
E de repente ele disse no meu ouvido sussurrando lentamente:
- Se eu lhe disser que eu estou me apaixonando de verdade por você, Euphi, acreditaria?
- Não. - minha resposta foi um sussurro enquanto eu quase dormia. Ele não esperava por essa resposta e encostou o nariz no meu pescoço fazendo-me arrepiar na hora com sua respiração que começou a ficar ofegante igual a minha. Malditos feromônios! Maldita química! Por que tinha que ser tão compatíveis?! 
- Eu estou gostando de você, Euphi. - insistiu dando um leve beijo no meu pescoço. Aquilo fez o meu corpo estremecer e meu cérebro começou a brigar comigo:
" Euphi! Acorda! Ele está te seduzindo e você está deixando! Se afaste dele imediatamente!"  "Se eu me afastar ele vai me pegar a força!" - foi a resposta que eu dei para o meu cérebro. " Está tão bom assim... tão queitinho o corpo dele... que dá até vontade de dormir..."
Nathaniel começou a beijar o meu pescoço lentamente. Cada toque eu dava uma estremessida. "Não, não! Pare por favor"! - eu implorava em pensamentos. Movimentei um pouco a cabeça para trás, mas foi só reflexo e ele já segurou na minha nuca com força. 
- Eu não vou fugir. - respondi em um sussurro. Meu corpo começou a doer por ficar inclinado e eu pedi para sentar ereta. Ele deixou. Sentei fazendo alguns alongamentos e ele também. Acabei olhando em seus olhos que estavam semi abertos e brilhantes. Efeito dos ferômonios! Eu teveria está assim também. Ele tocou no meu rosto e seu rosto corou. Fiquei surpresa por conta disso. Nathaniel se aproximou lentamente seus lábios dos meus. Esperei o beijo que não veio, pois ficou brincando com a minha boca com a dele, deixando-me ainda mais corada! "Socorro! Por favor, pare"! 
Então ele começou o beijo. Lentamente pelo canto da minha boca, triscando as poucos. Seus lábios estavam tão quente e molhados que eu não resistia. Depois de passear de um lado a outro, ele voltou para o centro e finalmente o beijo aconteceu. 
Era doce, gentil e sedutor. Diferente daqueles dois que ele me deu antes. Aquele beijou foi muito bom para dizer a verdade. E eu mergulhava mais em mais naquele sentimento enquanto sentir o calor da sua respiração ofegante bater no meu rosto. 
Tarde demais... tornei-me prisioneira dele. Como Castiel havia falado: sou mais uma lebre que ele abateu. Se os seus sentimentos eram verdeiros ou não, eu não me importava. Fui pega pelas correntes da paixão. 
Depois daquele longo beijo que mais parecia uma eternidade, fazendo o tempo parar... ele olhou o relógio e disse que me levaria para o apartamento. Mesmo sendo 9 horas da noite ainda, tinhamos que voltar, afinal só tinhamos 15 anos. 
Nathaniel segurou-me pela cintura e eu na dele e fomos embora daquele jeito. Andamos alguns quarterões e logo chegamos no prédio que ficavam as meninas do colégio. Ele me largou eu andei um pouco e chamou-me fazendo virar:
- Euphi... - inclinou o corpo e encostou o braço na parede enquanto colocou a outra mão no bolso. - Até amanhã lindinha. - dispediu piscando um dos olhos que ainda estavam embrigados. 
- Até... - respondi e quando notei minhas mãos estavam em seu rosto e dando-lhe um selinho de despedida. Nathaniel corou e sorriu com os lábios fechados fazendo uma carinha tão linda. 
Fui embora para o quarto. Quando mal cheguei a Jê me grita loucamente:
- Estava lhe esperando! Senta que eu quero lhe contar o meu encontro com o lindo do Castiel. 
Eu ainda estava no mundo da lua, quando ela gritou me chamando: - Você quer prestar atenção, Euphi!
- Hã? Ah! Claro, desculpe Jê. Conte-me do encontro com o Castiel. 
" Ele me levou para um pizzaria e tentei não ficar envergonhada. Nossa, como eu sou muito tímida! E sentamos um de frente para o outro num silêncio mortal. Ele logo tratou de quebra-lo perguntando-me que bandas eu gostava. Ficou surpreso ao saber que eu gostava de Mettalica, AC/DC. Com isso eu o fiz sorrir. Ele sempre puxava assunto já que eu não conseguia. 
Castiel perguntou se eu havia gostado do presente e eu disse que não tinha visto ainda, mas fiquei feliz por ele ter me dado algo. Varias vezes ele tocava na minha mão e sorria quando eu corava. Depois da pizza fomos andando pelas ruas e achei que ele não iria me dar muita bola, mas ele pegou na minha mão! Eu quase morri! E ficou brincando com as minha pulseiras de roqueira, as tirou e colocou no seu pulso. Trocamos de pulseiras! Eu adorei tanto! E ele sempre repetia o meu nome: Jennaah, é tão lindo ouvir meu nome em sua voz! Nós temos tanta coisa em comum! 
E de repente ele ficou sério me encarando e parando. Eu engoli seco. Será que ele vai me beijar?! Pensava eu ficando vermelha. Castiel me abraçou com muita força enfiando a mão direita nos meus cabelos. 
- Você gosta muito de mim, não é Jennaah? - indagou sussurrando me deixando duplamente vermelha. 
- S-sim. - respondi gaguejando. Que horror! Nem para responder o menino direito! E ele disse:
- Então... irei precisar de sua ajuda. 
- Ajuda... pra quê? - perguntei sem entender nada e ele me afastou virando-se. Enfiou as duas mãos nos bolsos e chamou-me resmungando: - Vamos embora. 
Não entendi nada! Tava tudo bem com o menino e depois ele se fechou! Parecia que estava preocupado com alguma coisa, sei lá. Ah, mas eu adorei o seu abraço! E nossa! Ele é muito alto! Da próxima vez que eu sair com ele vou colocar pelo menos uma bota de salto alto! Uma plataforma, sei lá"! 
- Está me ouvindo Euphi? - indagou ela. Eu havia me desligado só por alguns segundos finais. 
- Sim... - respondi. - Então ele não lhe beijou?
- Não... mas se o fizesse eu morreria! 
- Sei... entendo. - respondi meio desanimanda. 
- O que foi Euphi?
- Estava aqui pensando... seu encontro só não foi melhor por minha causa.
- Como assim?
- Ele passou o tempo todo preocupado comigo e pensando em mim. - disse virando o rosto um pouco triste.
- Bem... talvez, não sei.
- E ele pediu para você o ajudar a me esquecer! 
- Ih! Como eu vou fazer ele te esquecer? Parece que você o hipnotisou! 
- Eu não sei... mas vê por um bom lado. Agora ele sabe que você existe! - exclamei forçando um sorriso. 
Eu não dormi naquela noite. Nat era um menino realmente muito sedutor. E se ele estiver fingindo? O que farei?
Fui para a escola com olheiras enormes de não ter dormido e morrendo de sono. Abri meu armário e havia um monte de coisa dentro dele. Havia um cd, um ursinho de pelúcia, um pingente de celular e uma pilha de cartas e mais cartas.
- Aaaaaaaahhhh! – gritou a Jê histericamente me assustando. Ela me mostrou o mesmo CD que eu havia ganhado. Era da banda do Castiel. – Eu vou morrer!
- Estou vendo... se acalme. – pedi com uma gota na cabeça.
O bichinho de pelúcia foi dado pelo Ken, para mim e para a Jê. O meu era um ursinho e o dela um coelho de longas orelhas caídas. Ambos seguravam um coração vermelho escrito: “I Love U”.  O pingente foi dado pelo Charlie. E as cartas bem... era de garotos que eu nem conhecia. Meninos de 2 e do terceiro ano também. Para minha surpresa tinha até do Lysandre:
- O meu Deus! Um poema do Lysandre!
- Garota! – exclamou Jê passada. – Para de seduzir os meninos!
- Eu não faço nada!
“Princesa dos cabelos negros, compridos e perfumados.
Venha até mim, me abraça e me amar como se fosse teu  único amor, teu único anseio.
Abraça-me com força e me mostre o caminho do amor.
Caminho este de alegria e suavidade ... Suavidade de tua pele branca,
doce, perfumada de jasmim.
Toca com tuas pequeninas mãos no meu rosto, me faz um carinho e
me beija com teus lábios macios.
Deseja me amar para sempre e este sempre durará enquanto estiver ao meu lado
Oh! Linda Princesa dos cabelos negros”! Minha musa de inspiração, Lysandre.

- Nossa! Que lindo! – exclamou Jê boquiaberta.
- O que há com esses garotos? Eles são doentes é! Eu nem o conheço! Fala sério! Se a Anny souber disso vai me esganar e me afogar na privada!
Jê riu e eu peguei as coisas enfiando na mochila para entrar na sala. E lá estava ele... sentado na primeira cadeira perto da janela, enfrente a cadeira que eu costumo sentar. Seus olhos repousavam num livro e o rosto pousado suavemente eu sua mão. Sua franja caia sobre os olhos que às vezes ele o afastava com a outra mão. Tão lindo... tão angelical... e charmoso. Meu coração acelerou e eu avancei para sentar na minha cadeira. Mal aproximei ele desviou os olhos do livro e olhou-me. Logo sorriu dizendo:
- Bom dia, Euphi-kun. – da mesma forma que eu o chamava de senpai na frente dos outros ele me chamava de kun.
- Bom dia, Nathaniel-senpai. – cumprimentei corando e curvando. Sentei na minha cadeira. Jennah sentou atrás de mim e Castiel sentou atrás dela.
Na hora do intervalo notei que Charlie se aproximou de Nat e eles saíram juntos. Falei para Jê me esperar de baixo da árvore que eu iria fazer alguma coisa. Eles foram para o fundo do corredor perto da escada. Eu parei encostada na parece no mesmo lugar de antes para ouvir a conversa quando Anny apareceu:
- O que você está fazendo aí Euphi?!
- Shiiii! – fiz levando o dedo na boca e a puxando para a parede. Ela ficou curiosa e ouviu atentamente o diálogo a seguir.
- E então Nathaniel-kun? Se estiver me chamando aqui é para desabafar, não?
- Sim, Charlie-kun. Eu não sei o que esta acontecendo comigo. Eu saí com a Euphimea-kun ontem.
- Claro, o colégio inteiro sabe disso. – ele contou para Charlie o nosso encontro e eu achei tão estranho ouvir minha privacidade ser contada daquele jeito.
- E ontem à noite me peguei pensando nela.
- Sério?! – exclamou Charlei alegre e surpreso. – Não me diga que está apaixonado por ela?

- Isso... é paixão? – indagou como se nunca tivesse se apaixonado antes.
- Sim... para quem nunca se apaixonou antes...
- Eu... não queria que isso acontecesse... – falou pausadamente com a voz um pouco trêmula. – Quando ela souber quem eu sou na realidade, irá me odiar para sempre.
- Saber da sua verdadeira personalidade? Acho que não. Mulher apaixonada aceita qualquer coisa, meu irmão.
- Como eu faço para tirá-la da cabeça? – insistiu Nathaniel.
- Você quer tirá-la da cabeça? – indagou Charlie surpreso. – Como? Se ela está bem aqui! – meu coração disparou quando ele disse isso. Será que eles nos viram?
- Que ela está no meu coração... – falou Nathaniel com a voz tremula. “Como eu queria ver seu rostinho agora”! – pensei suspirando.
- É meu querido... para todos esse dia chega mais cedo ou mais tarde. Vou dar um conselho de amigo... se for magoar os sentimentos dela ou a fazer sofrer eu a pegarei pra mim. – respondeu com a voz séria. Hã! Eu nem o conheço direito! Ouvimos passos e saímos correndo para o banheiro. Eles passaram por nós enquanto colamos os ouvidos na porta.
- Parece que o garoto mais cobiçado da escola está afim de você. – disse Anny colocando as mãos na cintura.
- É... eu sei. – falei corando.
- E não está nenhum pouco feliz?
- Bem... eu...
- Garota! Acorda! Várias garotas queriam está no seu lugar, sabia?
- Sim... só que eu...
- Nada de mas... mas... – falou ela irritada abrindo a porta e me empurrando. – Vai lá falar com ele e é agora!
- Anny calma aí! – exclamei.
- Euphimea-kun! – surpreendeu-se Nathaniel parando enfrente o meu armário com um envelope na mão. Nós coramos quando nos vimos e eu passei batido dizendo que Jê me esperava. Porém ele pegou-me no braço fazendo-me parar. Eu parei no mesmo instante, antes que ele me segurasse com força.
- Sim... Nathaniel-senpai. – respondi olhando para baixo envergonhada.
- Eu só queria lhe entregar isso. – disse dando-me o envelope. Eu segurei e ele soltou-me. Continuei correndo para me encontrar com a minha amiga. Logo Anny veio e sentou do nosso lado.
- E aí? Já leu?
- Ainda não.
- Lê logo! – exclamou irritada. Eu abri o envelope com as mãos tremulas e li o que estava escrito em voz alta antes que a Anny me matasse:
-  “Querida Euphi-chan...
Gostei muito do nosso encontro ontem à noite e acabei pensando em você antes de dormir. Você é uma garota muito extraordinária e especial para mim. Fico feliz de tê-la conhecido e por conta disso tudo... acho que estou... apaixonado pela primeira vez. Também acho que lhe assustei muito no início e principalmente no gramado. Gostaria que me perdoasse e que começássemos tudo de novo... do zero. Queria muito saber de seus sentimentos por mim, pois eu noto que você luta contra eles. Se estiver apaixonada, por favor, me diga. Assinado Nathaniel, seu anjinho”.
Eu fiquei muito vermelha. Jê achou lindo a carta. Ken ouviu e não disse nada e Anny deu um sorriso de vitória.
- Euphi! Você vai desencalhar!
- O que eu vou fazer? – choraminguei desesperada.
- Ué? Não era para você está feliz agora? – indagou Jê sem entender nada. Logo Kelly apareceu querendo saber da história e Anny contou para ela.
- Sim... mas... eu estou confusa.
- Como confusa?! – disse Anny enfurecida. – O menino lhe faz uma declaração dessa e você fica chorando? Se o Ly falasse sim pra mim eu o pedirei logo em casamento!
- Eu não confio nele.
- Quê! – exclamaram todas. Então abri o jogo. Falei que ouvi a outra conversa dele, que ele é um falso e que eu fazia parte do seu joguinho de sedução. Também contei do Castiel e achei que a Jê iria ficar furiosa comigo, mas ficou foi triste por não ter contado nada para ela antes.
- Fiz isso para lhe proteger, Jennaah.
- Ele confessou para o Charlie, eu estava com você! – exclamou Anny ainda chocada. – Se fosse mentira ele teria falado não acha?
- Acho... mas...
- Grr... você está me dando nos nervosos! – e saiu me puxando pela mão indo até onde estava Nathaniel que conversava animadamente num grupo de garotos. – Nathaniel-kun! – exclamou ela irritada. Ele virou-se e a me ver corou na hora.
- Sim Anny-senpai. – disse forçando um sorriso. Ela simplesmente largou-me lá e saiu andando. Os meninos também saíram de perto ao perceber do que se tratava.
- Você veio me responder, Euphi-chan? – indagou bastante corado.
- Eu agradeço pela carta e por tudo, mas não posso lhe dar essa resposta. – disse abaixando a cabeça deixando o cabelo me esconder.  Ele riu nervosamente e indagou com um tom irônico de quem nunca perde um jogo:
- Você está me dando o fora?
- Não... Nathaniel-kun... só estou confusa.
- Confusa? – indagou surpreso. – Como confusa? – “não posso dizer a ele que não confio nele”.
- Bem... deixa pra lá. – disse virando-me. Ele puxou-me pelo braço e encostou-me a parede com força. Seus olhos demonstravam fúria, mas ao mesmo tempo suas sobrancelhas dizia que ele sentia dor. Eu não tentei fugir, por mais que ele apertasse meus braços. Queria mostra a ele para se acalmar. E então joguei a culpa em outra pessoa: - Não posso lhe responder, porque ainda não fiz a minha escolha.
- O quê? – exclamou surpreso. – Além de mim tem mais alguém que lhe ama! – e então viu o cordão com pedra verde que ainda tinha no pescoço. – Ah! Claro... o jardineiro. – completou debochando.
- Também não é só ele. – disse sem conseguir encará-lo. – É uma pessoa que mais lhe odeia nesse mundo.
- Castiel. – respondeu resmungando. – Eu lhe entendo, Euphi... –disse com a voz trêmula e soltando meus braços. – Desculpe por ser agressivo, mais uma vez. Espero que não demore a se decidir, ou melhor, eu serei o vencedor dessa disputa.
- Disputa? Eu não sou nenhum troféu para ser disputada! – exclamei indignada. Ele simplesmente saiu andando sem me diz mais nada.               


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