segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Capítulo 10: Amigas


Depois daquela 5ª-feria eu nunca mais vi o Jade. Apenas os seus torpedos como ele havia me prometido. Eu o respondia, mas não tinha coragem de ligar para ele e acredito que também não teve para me ligar. E sempre ele terminava o texto com “eu te amo, não se esqueça disso”.  Aquilo me quebrantava e me fazia me sentir mais culpada.  
Aquela 6ª-feira estava muito diferente das outras. O dia amanheceu nublado e frio, indicado que cedo ou tarde iria chover.  Assim que eu, Jê, Anny e Kelly, acompanhadas de nossas fadas, chegamos à escola um ônibus parou no portão. Reconhecemos aquele veículo. Era ele que nos trouxe arrancando-nos de nossas casas para aquele colégio. Então desceu minhas futuras e novas amigas, Tati com sua irmã mais nova Carol, Aikka que seria a minha bengala depois da ida de Jade e a distante Linda que futuramente nutriria um amor por Nathaniel.
Mas naquele momento éramos desconhecidas. Nathaniel apareceu se aproximando para dar boas-vindas desviando de nós que estávamos no caminho. Assim que eles chegaram ao portão um monte de fadas saiu do jardim e foram se encontrar com suas donas e donos que não as viam. Então desceu dois rapazes que chamaram a nossa atenção. De longe se via que eram gêmeos. Eles se chamavam Alex e Armin já causando alvoroço nas meninas que estavam no colégio. Eles passaram por nós. Kelly ao olhar para Alex, o de cabelo azul, corou na mesma hora.  Ficamos paradas encostadas no muro para que aquelas pessoas passassem enquanto Nathaniel ia à frente com as chaves para guardar as malas, pois eles iriam ter uma recepção e iriam direto para as salas, já que perderam um pouco das aulas.
 Como era de se esperar, todo mundo com aquela cara de enterro quando chega no colégio Sweet Amoris desejosos de pegar o primeiro avião de volta para casa. Nathaniel subiu em uma cadeira e pediu silêncio para poder falar:
 - Bom dia a todos! Sou Nathaniel  Kazahaya antes que me perguntem se sou parente do banco Kazahaya, sou o filho do presidente.  – quando ele disse isso espanto e múrmuros foram ouvidos. – Silêncio, por favor! – pediu um pouco mal humorado.  – Sou representante de turma do 1º ano e quero dar lhe boas-vindas. Sei que todos vocês estão nesse momento odiando em virem para cá, mas sei que logo iram se acostumar.  Desejo muito que os alunos antigos sejam gentis e educados com vocês. Vou guardar as suas bagagens e, por favor, se dirijam as suas salas. Acompanham-me com suas coisas.
Então todo mundo foi meio que arrastado e quando tudo estava mais tranquilo fomos para nossas respectivas salas. Assim que entramos na sala sentamos e nossas carteiras de costume. Eu com meu humor depressivo incomodei muito gente, mas eu tentei me animar. Carol e Linda entraram na sala depois de algum tempo, assim pude perceber que elas tinham a nossa idade, 15 anos.
Quando a aula começou percebi que Castiel não compareceu. Ken estava de licença médica. Vi que Carol conversava tranquilamente com o Nathaniel depois da aula como se ela já fosse conhecida dele, mas não demonstrou interesse. Sai da sala com a Jennaah quando seguia para o pátio ouvimos um som de guitarra vindo lá do ginásio.
Castiel e sua banda estavam treinando para o show que seria amanhã, sábado. Não preciso dizer que minha amiga me catou pelo braço e saiu me arrastando para lá. Aquele acorde eu conhecia era "Sweet Child o Mine" do Guns and Roses e Castiel tocava exatamente a parte do Slash com perfeição nem uma nota a cima ou a baixo. Imagino o quanto ele ficou treinando para aquilo sair igual. Ele usava uma regata preta mostrando os braços definidos, como estou acostumada de ver sempre de jaqueta ao vê-lo assim a la volonté (a vontade), despertou-me algo que não sei definir bem o que é. 
Jennaah ao vê-lo teve a seguinte reação: uniu as mãos entrelaçando os dedos encostando no queixo e suspirava horrores. Corações rosas pocavam dela feito pipoca e voavam melosamente grudando no meu rosto. Mesmo eu afastando com a mão aqueles corações pareciam mariposa em volta da luz. Desci a arquibancada um pouco, pois estava me incomodando.
O som foi ouvido por todos e logo o pessoal chegou para ver o ensaio. Ficou tão lotado o ginásio que mais parecia um show. Ly e Castiel começaram a se exibir, o primeiro fazendo danças sensuais e o segundo uns acordes diferentes na guitarra.
Anny se juntou a Jê na mesma posição e os corações se multiplicaram grudando em mim e desci a escada para a quadra. Acho que Castiel sentiu a minha presença, pois levantou seus olhos cinzas me encarando. Conforme Ly cantava as meninas vibravam de alegria, era tudo o que ele precisava. Começou a dança sensualmente. Balançada o corpo de um lado para o outro, passava a mão pelo corpo, fazia o movimento da "cobra", que é  ondulação do corpo começando com a cabeça e terminando no quadril, que deixa qualquer mulher pirada. Laçou beijos para a plateia e as garotas gritavam feito loucas. Castiel também, tocava com a cabeça levemente para trás, mordendo o lábio inferior. 
Eu inclinei a cabeça de lado para olhar para ele de outro ângulo. Não é que ele é bonito? Estava se sentindo tão a vontade na sua banda que começou a sorrir. E ele tem um sorriso lindo! Estava tão acostumada com a sua cara fechada e séria, que eu não sabia que ele sorria.
Acabei corando e Chantilly sentou no meu ombro esquerdo me provocando:
- É... você realmente gosta dele.
- O quê! Não vou discutir com você esse assunto de novo Chantilly! - exclamei virando a cara e meus olhos deram com Nathaniel que bebia uma lata de Coca-cola. Ao sentir, olhou de volta sério. Não estava gostando de Castiel chamar atenção mais do que ele.
A música acabou e eles tocaram outra. O baterista começou sozinho. Tum, tum, pá, tum, tum, pá. E com isso todo mundo já sabia que música era e acompanharam os dois tuns com o pé e com a mão. Então o ginásio inteiro extremesseu com as pisadas ao som de " We will rock you."  Alex, um dos gêmeos, se aproximou de mim assustando-me, pois nem senti a sua presença. 
- Eles tocam bem, não?
- Sim. - respondi simplesmente.
- Quem são?
- Eles vão dar um show amanhã. Eu conheço o vocalista, Lysandre-senpai, mas nunca falei com ele, pois é do 3º ano e o da guitarra vermelha é da minha sala, se chama Castiel-kun.
- Ele gosta de você, não gosta? - indagou ingenuamente.
- Por que você está me dizendo isso? Você nem me conhece! - ele sorriu com ar de brincalhão e respondeu:
- Os olhos dele me dizem que se eu não sair de perto de você corro risco de vida. E também não para de olhar pra você. - quando percebi, corei. Alex também não deu o braço a torce e para provocá-lo sussurrou no meu ouvido: - Você parece uma bonequinha. - do mesmo jeito que chegou ele saiu deixando-me ainda mais corada. 
- Ih, Euphi... você está feita com esses meninos. - disse-me Chantilly.
- Ôh meu Pai! - lamentei-me colocando a mão no rosto. Depois olhei entre os dedos e Castiel estava muito bravo. Consegui sentir uma aura negra de hostilidade emanando dele. O que será que se passou pela sua mente? Algo do tipo: " Por que aquele novato mexeu com a Euphi? O que será que esse babaca disse para ela ficar corada? Por que ela não deu um fora nele?  Por que existe tantos caras tando em cima dela e esta permite? Ou... por que ela não gosta de mim?" 
Perguntas, perguntas e mais perguntas. Abri um sorriso pra ele dizendo que estava tudo bem e ele sorriu de volta para minha surpresa. Um sorriso de lado com o canto da boca fechada me fazendo lembra o Edward do Crepúsculo.  
Logo Ambre e suas cúmplices apareceram empurrando o pessoal e se aproximando da quadra. Quando Ly a viu, aí que começou a dançar exageradamente levando a mulherada ao delírio. Olhei para Anny que desmaiou e foi acudida por Kelly que abanava com um lenço branco. 
Castiel falou algo pra ele se aproximando, acho que era para maneirar um pouco, pois os rapazes fecharam a cara e balançavam a cabeça desgostosamente. Ly percebendo foi diminuído aos poucos e piscou o olho para ela que virou a cara. Se a Anny tivesse visto com certeza voaria no pescoço da Ambre. Então finalizou a dança dando um "back away" (inventei o nome) o famoso passo de ré do Michael Jackson e é claro que as garotas vibraram com aquilo.
- É isso pessoal! Nossa banda LANCE irá fazer um show amanhã, não percam! Quem quiser ir é só procurar a banda, valeu?! 
Deixou o aviso e o pessoal foi saindo do ginásio. Anny já havia se recuperado e foi saindo com o pessoal, pois logo o intervalo acabaria. Eu também dei as costas quando escuto:
- Euphi-kun! - viro-me e vejo Castiel arrancar o fio da guitarra dando uma corridinha pra falar comigo todo feliz.
- O que você achou Euphi?
- Legal. Toca muito! Você está de parabéns! - forcei um entusiasmo. Ele sorriu. "Castiel... tu é bonito cara"! - pensei.
- Oi Euphi-chan! - comprimentou-me Marshmallow fazendo uma carinha tão lindinha. É claro que eu não pudia responder na frente de Castiel e o comprimentei com um sorriso. Ao me ver sorri Castiel corou e disse:
- Estarei esperando você lá Euphi-chan. - falou se aproximando e me dando um beijo no rosto fazendo-me corar. Meu Deus! Ele me chamou de chan!  
- Está todo derretida! - provocou Chantilly.
- Eu te mato. - rosnei falando baixo.
- O que foi? - perguntou-me ele com uma liguinha entre os dentes e amarrando o cabelo que pingava de suor. Eca! 
- Nada não. Até Castiel-kun. - falei me despedindo com a mão e ele fez o mesmo picando o olho e mordendo o lábio inferior. Aparentava felicidade e eu sai dando as costas sem olhar pra trás para não pensar que eu estou afim dele. 
Jennaah  me esperava fora do ginásio e quando sair agarrou o meu braço. Fomos para a sala de braços dados como boas amigas. 
- O Castiel-kun é tão lindo! Aqueles cabelos balançando no rosto! Que tudo!
- Pode parando! - pedi com tom de brincadeira. - Se não seus corações melosos iram grudar em mim de novo! - rimos juntas.
Depois das aulas eu estava em frente o meu armário contando o dinheiro que tinha guardado, pois como levei uma advertência meus pais cortaram a minha mesada por um mês. Então eu precisava sobreviver com o que tinha. Depois iria para o clube de jardinagem ensinar as novatas como tinha que fazer as coisas como o Jade gostava. Então uma mão puxou uma nota de $ 20,00. Virei-me e era a Ambre com suas companheiras.
- Ei! Esse dinheiro é meu!
- Seu? Acho que não, ele vai pagar o nosso almoço! - enfiei o resto do dinheiro no bolso de trás e pulei na mão dela para pegá-lo de volta. Como ela era alta, 1.70m, eu não consegui pegar. Então ela me empurrou não muito forte e saiu rindo. Eu fiquei com muita raiva e Chantilly disse:
- Poxa... essa Ambre é difícil mesmo.
- Você não sabe da peste que ela é! Você não poderia ir lá pegá-lo para mim?
- Desculpe Euphi-chan... as fadas são para dar conselhos, não podemos interferir na vida humana. 
Furiosa eu fui feito um cavalo dando passos largos e entrei na sala de representante sem me importar se Nathaniel estava ocupado ou não. Ele fazia as fichas dos novos alunos. Abri a porta com tanta força que bateu na parende o assustando. Viu a aura negra que emanava de mim e demorou um pouco para falar.
- E-euphi... por favor para com essa cara... você está me assustando parecendo a Samara! 
- A sua irmã vai morrer... - disse com a voz tenebrosa e ele ficou branco de pavor.
- Euphi... por favor. - pediu fazendo uma carinha que eu não resistir voltando ao normal. - Sua irmã pegou o meu dinheiro! - exclamei furiosa apontando para ele.
- Ôh! Sério? - indagou chateado.
- Eu gostaria que você fizesse algo a respeito disso. - Nathaniel tirou a carteira marrom do bolso abriu e me deu uma nota de $50,00.
- O quê?! Cinquenta! Ela só me roubou $20,00! Não posso aceitar Nathaniel. - falei para ele e olhando para seu rosto ignorando a presença de Tiger que estava sentado na sua cabeça.
- Pode ficar com esse dinheiro... tá bom?
- Olha... não é pelo dinheiro... mas acho que você deveria dar uma lição nela.
- O que, por exemplo? Algumas palmadas? - disse um pouco irônico me aborrecendo. Naquele dia eu estava triste por conta do Jade e aí misturando tudo, eu explodi:
- Você é um idiota! Como você consegue defender a sua irmã?! Uma pessoa de mal carater como ela! Várias meninas tem bronca por causa disso, sabia?!
E sai correndo, chorando e ignorando ele me chamando para que eu voltasse e pela terceira vez dei uma trombada violenta em Castiel. 
- De novo Euphi... - ele ia reclamar, mas ao me ver chorando automaticamente me abraçou. Levantei o rosto e vi que seus olhos estava em outra direção. Virei-me e vi Nathaniel parado na porta na sala dos representantes fazendo uma cara de ciúmes por eu estar nos braços de Castiel. Para provocá-lo disse animado: - Euphi-kun estou me acostumando com as trombadas que você me dá. Não chore minha linda... - e assim passou a mão nos meus cabelos acariciando-me. Olhei novamente para o seu rosto, pois havia enfiado-o no seu peito, dizia o seguinte para Nathaniel "essa você perdeu, mané"! Quando viro para vê-lo, ele havia entrado e batido a porta com força. Castiel conduziu-me para a sala de aula ainda abraçado comigo e fechou a porta encostando-se como da outra vez para ninguém entrar. Enquanto eu chorava ele ficou abraçado comigo. Ôh! Não! Não posso ficar abraçada com ele assim. Então me afastei com as mãos no seu peito dizendo:
- Desculpe Castiel não posso me aproveitar desse jeito! Estou traindo a Jennah! - então ele me abraçou mais forte ainda brigando comigo:
- Por que  se preocupa com todo mundo menos com você?! Não posso lhe deixar nesse estado!
Desistir de lutar e ficamos abraçados por alguns minutos. Eu estava com o ouvido bem em cima do seu coração, pois ele tem a mesma altura do Jade 1.80m e este batia acelerado. Respirei fundo me acalmando e afastando a cabeça olhando para os olhos de Castiel. 
- Já está tudo bem agora Castiel... tenho que ensinar as meninas do clube de jardinagem... com licença. - avisei me afastando e ele falou:
- Se precisar de novo... estamos aí. O que o mauricinho fez pra você?
- Ele fica defendendo a irmã.
- Ah, a patricinha que gosta de mim. - fiquei surpresa, pois até então eu não sabia.
- Er... eu vou nessa tá bom? - insistir, pois ele estava encostado na porta com os braços cruzados. Simplesmente saiu e abriu a porta para eu passar. Sai apressada direto para o clube de jardinagem encontrar as meninas.
- Desculpem pelo o atraso tive um contra tempo. - elas me olharam e notaram que eu havia chorado, mas ficaram caladas. 
Cumprimos a nossa tarefas, não sabia que a Kelly e a Anny também estavam no clube de jardinagem. Antes elas vinham um pouco mais tarde e a gente nunca se encontrava. Então com tanta gente acabamos rápido. Fui procurar a Jennah no clube de basquete e ela estava na porta acompanhada da novata Aikka, suspirando as duas.
- O que está aconteceu aí? - indaguei curiosa.
- Os meninos estão jogando futebol. - respondeu Jê.
- O quê! - exclamei surpresa. 
De fato lá estavam 10 garotos jogando bola na quadra do ginásio, pois além de ter as cestas, tinha também traves para colocar a rede. 
- Ôh, que lindos! - exclamou Anny suspirando. 
Era o time do Lysandre jogando contra o time do Nathaniel. Em 10 minutos de "pelada" eu já sabia o nome de todo mundo que estava lá. 
No time do Lysandre estavam: Castiel, Armin como goleiro, Eliéser o baixista  e Andrew o outro guitarrista.
No time do Nathaniel estavam: Alex, Nicholas o baterista, Charlie e um menino também do 3º ano de nome Drake como goleiro. 

Quando Alex nos viu gritou chamando a atenção dos outros fazendo eles darem um pausa:
- Ei! Meninas! Venha para a arquibancada! Precisamos de torcida!
E todas coradas e sem graça fomos. Eu, Jennah, Anny, Kelly, Tati, Linda e Aikkaa, depois de alguns minutos Carol procurando pela irmã, Tati, apareceu e sentou também com o seu jeito todo de paty, mas quando a conheci melhor ela lembrava a Stella das Winx. Conforme descemos em fila que mais parecia modelos andando nas passarelas os garotos parados observavam. E logo assobiaram fui, fui, mexendo com a gente. Alex segurava a bola na mão, por isso que o jogo parou e apenas esperavam a gente se acomodar.  Sentamos todas na primeira fileira do lado direito da arquibancada e como um sincronismo como se estivesse tudo combinado cruzamos a perna direita. Os meninos riam deliciosamente. Era tudo o que eles queriam para começar a exibição como todo sexo masculino faz, começando por Ly. Já que deram uma pausa, ele foi buscar as garrafas jogando para cada um que pegava no ar. Estavam todos suados e morrendo de calor. Nathaniel, Castiel e Andrew que são branquinhos estavam com o rosto vermelho feito tomate. Então Ly que já morria de calor a muito tempo, tirou a blusa pegou o resto da água que acabou de beber e jogou na pescoço para baixo. Apenas acompanhamos a água escorrer naquele tanquinho e Anny exclamou:
- Amigas! Eu acho que vou desmaiar! 
- Calma amiga, aguente firme! - pedi dando força pra ela. Jê que estava entre mim e ela começou a abaná-la com a mão. Foi a deixa pra os meninos tirarem a blusa ao mesmo tempo. Não conseguimos conter e gritamos na mesma hora eufóricas enquanto eles riam de prazer. 
- Que deusus! - exclamou Aikkaa pirando. A essa altura Anny havia desmaiado, Kelly e Jê com o rosto todo vermelho. Eu e Tati coradas, Aikkaa babava e Carol se abanava com a mão. 
Eles voltaram a jogar só que agora um se exibia mais do que o outro. Era Nathaniel sacudindo o cabelo, Castiel apertando a liguinha e colocando os cabelos soltos atrás das orelhas, era Lysandre tirando a franja do rosto, Armin aguardando a bola com as mãos nos joelhos, Andrew matando a bola no peito, Charlie limpando o suor do rosto com a camisa, Nicholas passando a bola de cabeçada, Alex aguardando a bola com as duas mãos trás da cabeça e Drake depois de defender a bola deu um beijo nela antes de remessar e Eliéser fazendo um golaço. 
Era como se estivéssemos no Monte Olimpo rodiadas de deuses, ou deusus como diz a Aikkaa era lindos demais para colocar defeito. 
Então algo de grave aconteceu. Castiel deu um trombada violenta no Nicholas que era do time de Nathaniel caindo em cima do braço direito. Só ouvimos aquele "track" de algo quebrando. 
- Aaaaaaaaaiiiiii! - gritava de dor por ter caído de mal jeito. Os meninos correram para socorrê-lo. Castiel ofereceu a mão para ele levantar, mas só conseguiu ficar sentado. Preocupadas nos aproximamos e logo um monte de gente estava envolta dele. Nathaniel apalpou o braço fazendo ele mover e sua resposta foi um grito.
- Parece que está quebrado. - respondeu Nat preocupado. Lysandre pirou levando as duas mãos na cabeça:
- Caralho meu irmão! Como você pode ter quebrado a merda desse braço?! O show é amanhã! E agora! Não temos baterista! 
Todo mundo se entre olhou assustados e Castiel pediu desculpas por ter o marcado. Lysandre ficando andando pela quadra desnorteado e furioso. E só gritava: Caralho! Que vacilo! Que vacilo, meu irmão! - chutou a bola de raiva, as garrafas e tudo que ele via pela frente. Levou a mão no rosto, na cabeça. Corri para ele para acalmá-lo e olha que eu nunca falei com ele na vida:
- Calma Lysandre-senpai... vamos resolver isso...
- Como calma! Você é idiota?! Ele é o baterista da banda e o show é amanhã! - exclamou batendo a testa na trave do gol. 
- Se desesperar não vai adiantar nada. - aconselhou Armin me defendendo. - Vamos dar um jeito, ok? Temos que nos preocupar com o Nick agora. 
Nathaniel o ajudou a se levantar e levá-lo para a enfermaria. Sorte que o enfermeiro ainda não tinha ido embora e o analisou. Todo mundo estava lá para saber o que aconteceu.
- Vai ter que ir no hospital engessar. 
Lysandre andava de um lado para o outro furiosos e desesperado. E agora? Repetia ele sem para e xingando palavrão que nem me atrevo a diz quais. Castiel se sentia mais culpado do que criança pega no flagrante e pedia desculpas para ele.
- Se você pedir desculpas mais uma vez eu dou um murro na sua cara! - ameaçou. 
Saímos de lá e Drake se ofereceu para levá-lo para o hospital. Não fomos todos juntos, pois tinha muita gente e precisávamos resolver esse problema e acalmar Lysandre. 
- Eu já toquei bateria. - confessou Nathaniel de repente. 
- O quê?! - exclamou todo mundo boquiaberto para o alivio de Lysandre.
- Estou parado a um ano, mas sei tocar. 
- Cara, você salvou a banda. - alegrou-se Lysandre colocando as duas mãos nos ombros dele. Depois encostou a testa, deram um tapa na mão com um aperto e um abraço com tapinha nas costas. Aqueles comprimentos de machos.
Voltamos para o ginásio e Nat montou a bateria que estava guardada. Ficamos aguardando ansiosos pra ver o seu desempenho. Sentou no banquinho e rodopiou as baquetas entre os dedos e começou a tocar. E ele toca muito! Ninguém acreditou no que ouvia. Lysandre agarrou o pescoço de Castiel com o braço dando um pulo de alegria. Nem tudo estava perdido. 
- Gente! - gritou ele. - Nosso novo baterista! - Nat ficou corado e parou de tocar. Todo mundo aplaudiu e Alex colocou os dedos na boca dando aquele assobio barulhento. 
- Se encaixa perfeito! - concordou Eliéser. - Nossa banda tem as iniciais dos nossos nomes e o "N" continua. 
- Com certeza! - concordou Ly. - Peço desculpas aí... viu Euphimea? E vou pagar lanche para todo mundo.
- Eba! - comemoramos e batemos palmas. 

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