segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Capítulo 12: O Grande Show


- Estou me sentido a rainha do rock! - exclamou Carol colocando as mãos na cintura se contemplando no espelho.
- Só você mesmo Carol. - brincou a Kelly rindo. Ela sempre quis ser a Miku e Leigh acertou na mosca o nosso "Personal Style" Nossas fadas ficaram no apê para não armar confusão.
- Que foi? Eu sou uma diva, não sabia?
- Onde você achou liguinhas de estrelas? - indaguei para ela.
- Naquela estante ali. - falou apontando. Eu fui lá é pra minha sorte vi uma liguinha com um laço branco enorme. Tire o gargantinha e passei no mini elástico da liguinha. Assim consegui esconder meu hematoma com aquele laço enorme.
- Não estamos exageradas para um show que vair ser no ginasio do colégio não? - indagou Linda preocupada.
- Que isso você é "linda" e tem que brilhar. - brincou Carol com o nome dela que riu.
- Adorei o seu aplique de cabelo! - elogiou Aikkaa pra Jê
- Legal, né? Estou parece a Adele.
- Anny. - chamei. - E aí? Agora dá para ver?
- Não, não dá pra ver o seu chupão. - acabou falando alto de mais sem querer e as meninas me olharam boquiaberta deixando-me corada.
- Um chupão de quem? - indagou Tati curiosa.
- Não é bem um chupão. - justifiquei sem graça. - É um hematoma no pescoço.
- Se é no pescoço então é um chupão. - falou Carol. Eu não sabia onde enfiar a cara, pois Leigh olha curioso e com um sorrizinho no rosto.
- Foi o seduto do Dimitry que mordeu ela. - confessou Anny, pois eu demorava muito para responder.
- E ele é um vampiro. - respondeu Jê.
- O quê! - exclamaram as que não sabiam. - Aonde tem um vampiro que eu quero conhecer! - exclamou Tati pulando e me agrarrando pelo braço.
- Lá no colégio. - respondeu Kelly.
- E como ele é? - indagou Aikkaa.
- Não sabemos. - respondeu Anny. - Só a Euphi que o viu.
- Então se só ela viu, como vou saber se é verdade? - indagou Carol jogando o cabelo para trás fazendo um movimento que lembra a Ambre.
- Porque a fada dela disse ué. - respondeu a Jê se esquecendo que elas não podia ver-las.
- Ih, piorou as coisas! - exclamou Carol mexendo no cabelo de novo. - Primeiro vampiro depois fada.  Então Kelly tentou explicar, eu, Jê e Annya confirmamos tudo o que ela dizia e acrecentávamos o que ela não falava.  As meninas nos olharam pensando "são doidas", mas Tati parecia acreditar. Então para provar que realmente um vampiro me mordeu tirei a gargantinha e passei a mão pra arrancar o corretivo. Afastei o cabelo e mostrei.
- Nossa! Que marcão! - exclamou a Aikkaa. - Linda, você é atrevida.
- Eu? - exclamei. - Não está vendo os furos não?  - elas cheram perta para examinar e Carol passou o dedo nas casquinhas. Fiz uma careta de dor e então ela concordou:
- Eu uma mordida legitima!
- Aaaaaahhhhhhh! - novo grito de euforia das meninas.
- Eu adora vampiros! - exclamou a Tati pirando. - Eu quero conhecê-lo.
- Bem... ele pediu para voltar hoje.
- Legal! Eu também quero conhecer! - exclamou Linda apertanto as mãos.
- Euphi já prometou que vai apresentá-lo para gente! - gritou Annya passando a mão sobre os meus ombro e repousando-a do outro lado.
- É... não sei o que ele vai achar...
- Nada disso. - protestou Carol. - Agora vai ter que apresentar .
- Apresenta, apresenta, apresenta! - gritaram em couro.
- Tá bom! - exclamei revirando os olhos.
Fomos para o provador colocar nossas roupas e eu peguei um lenço de  papel da minha bolsa para limpar a mão. Tirei o vestido para não sujá-lo e a bota preta de cano alto até um pouco acima do meu joelho. Só precisaria de uma  meia calça verde-azulada para combinar no a luva.
Assim que saiu do vestiário meu celular toca. Assustei-me, pois quase ninguém liga pra mim. "Será que é o Jade?" - pensei com o coração acelerado. Finalmente o encontrei, depois de passar algum tempo procurado. "A essa altura a pessoa irá desligar". - pensei atendendo sem ver quem era.
- Alô?
- Alô, Euphi-chan? - era a voz de Nathaniel do outro lado. Corei na mesma hora. Como ele tinha o meu número se eu ainda não dei pra ele?
- Sim... diga Nathaniel-senpai. - quando falei o nome dele chamei a atenção das meninas que se aproximaram com as carinhas de curiosas e maliciosas.
- Desculpe, por pegar o seu número na sua ficha, mas é algo importante. - disse com a voz tremula. Deveria está envergonhado.
- Não tem problema. Fale. - eu com a minha impaciência de falar no telefone. E com isso o deixo mais nervoso ainda.
- Eu precisava falar com urgência Euphi. Não briga comigo.
- Brigar? Eu? - as meninas arregaláram os olhos. - Não meu querido, não estou não. - falei fazendo uma vozinha fofa. - É que eu estou fazendo compras no shopping. Você pode falar.
- Hum... achei que estava bringando comigo. - disse aliviado. - Estou ligando para que você avise para o máximo número de pessoas que o show, não vai mais ser no ginásio do colégio.
- A não? E vai ser aonde? - indaguei já pegando papel e caneta que estavam em cima do balcão.
- Pode anotar, por favor?
- Sim, pode dizer. - ele disse aonde era a casa de show e completou: - Como eu irei tocar, meu pai quer assistir... e se gostar irá patrocinar a gente.
- Nossa! É mesmo? Que coisa boa. - disse com a voz alegre.
- Era só isso Euphi-chan. Preciso ligar para mais pessoas. Um beijo.
- Outro.
- Tchau.
- Tchau. - então falei com as meninas que vibraram.
- Esse pai do Nathaniel-kun é um máximo! - exclamou Aikka admirada. Concordamos com ela e pagamos a nossas roupas antes de sair Carol perguntou:
- Leigh você tem namorada?
- Sim... mas brigamos... por quê? - respondeu sem jeito.
- Ah é? Porque você é muito bonito para não dar o valor que merece. - ele corou e forçou um sorriso.
- Carol! - exclamamos indignadas.
- Que foi gente! Eu falo a verdade mesmo! - respondeu passando os dedos no cabelo e saindo da loja. Nos despedimos e fomos para um salão logo em frente. Cada uma pinto a unha de uma cor forte, cortamos cabelo, fizemos escova, menos Carol, pois ela ama os cachos dela. E assim estávamos quase prontas para o show.
Que aconteceria as 19hrs no local indicado por Nathaniel.Estava lotado e havia uma fila enorme para entrar.  Então ficamos lá esperando. Tinha gente que não era do colégio. A Jê ficava se sacudindo agoniada chacoalhando a pernas.
- Que foi? Tem formiga aí? - brinquei com ela.
- Não amiga. Eu quero ver o Castiel tocar a guitarra dele!
- Ôh, exagerada!
Então Nicholas passou por nós com o braço engessado e eu o parei perguntando se ele estava bem:
- Olá meninas! - exclamou surpreso. - Estou bem obrigado. O que vocês estão fazendo aí na fila?
- Ué estamos esperando para entrar. - respondi obviamente.
- Mas vocês estão com convites e não ingressos.
- O quê! - exclamamos boquiabertas. - Bem que eu achei os nossos diferentes da menina aí da frente. - confessei.
- Venham. - chamou ele e fomos correndo o seguindo. Que bom! Não precisamos entrar na fila! Assim que chegamos havia cadeiras reservadas. Nicholas mostrou nossos lugar e ficamos surpresas mais ainda, pois era na "boca" do palco! As meninas ficaram eufóricas comemorando que iriam ver eles de perto! Eu também não estava acreditando.
Então quando deu 19hrs em ponto a porta se abriu o povo foi entrando fazendo barulho e se acomodando. O lugar era enorme, digno de um profissional e tivemos nossa mesa e direito até garçons.
- Somos VIPS! - exclamou Linda emocionada.
- Minha filha eu sempre fui VIP e esse lugar já estava reservado para mim. - disse Carol com seu jeito de Stella. Esperamos ansiosas o show começa. Então Ambre e sua quadrilha apareceu e sentou no lugar reservado, mas longe de nós. Com ela um homem alto, loiro de olhos verdes com a parecia de 50 anos, vestindo um smoking preto e uma gravata longa cinza, super fino. Então eu suponho que seja o pai deles ao lado uma mulher loira com um vestido longo verde escuro de olhos mel e cabelos presos em um coque tinha o braço dado a ele. Então aquela deveria ser a mãe dele. Ambos eram muitos bonitos e elegantes.
Assim que eles se acomodaram as luzes apagaram. O pessoal gritou eufórico. Minha nossa! Meu coração iria sair pela boca. A Jê queria comer as unhas, mas as luvas impediam.
Então as luzes do palco acendeu, holofotes coloridos. Ficamos nervosas e ansiosas para começar.
A cortina vermelha se levantou e vimos os instrumentos. Começamos a gritar eufóricas junto com a galera. Não vi as fadas de ninguém. Chantilly disse que elas não gostam de barulho.
- Aaaaahhhh! - gritou a Jê no meu ouvido! - Olha a guitarra do Castiel! Está tão perto! Eu vou morrer!
Então alguém falou no auto falante. Acho que era a voz do Nick:
- Bom noite senhoras e senhores! Primeiro quero agradecer a vocês por terem vindo prestigiar nosso trabalho! Muito obrigado! Depois parabenizar a Viollete que confeccionou as roupas e fez a maquiagem e a Kim que as escolheu como um figurino especial pra cada um.   É com muito prazer que eu tenho a honra de apresentar para vocês a bandaaaaaaaa..... LANCE! - foi uma gritaria.
Eles entraram e estavam lindos! Castiel estava todo de preto, regata, sobretudo, luva e o cabelo preso. Lysandre com uma blusa que eu não consigo definir o que era, mas dava para ver o seu tanquinho, calça preta e um monte de acessório com o seu lenço verde da sorte jogado no pescoço. Nathaniel estava mais simples, a blusa regata preta, uma calça larga cinza grafite. Mas todos com uma bota parecia do exército. Eliéser e Andrew estavam assim:      



   






Então Nathaniel começou a tocar We will rock you. Pronto o pessoal ficou e em pé e fizeram igual ao ensaio. Eles estão tão "gostosos" que até me senti também atraída pelo metido do Ly. Se a Anny ler meus pensamentos ela me mata!
 
 

Capítulo 11: O Vampiro Dimitry


Eu e minha amigas saímos com aqueles "galalaus", pois o mais baixo era Andrew com 1.70m, mas ele não era da escola, então seria o Nathaniel e o mais alto era o Lysandre com 1.85m. Fomos lanchar no Marvin, um lugar que serve hamburgueres iguais aos americanos aqueles enormes.
Os garçons uniram nossos mesas e mal sentei ao lado da Jenna, quando Nat e Castiel pegaram a mesma cadeira do meu lado começando a brigar.
- Eu vou sentar do lado da Euphi! - começou Nat.
- Eu é que vou!
- Não eu, pois é de mim que ela gosta!
- Ah é, um babaca igual a você que fez ela chorar!
Com isso chamou a atenção de todo mundo. Eu suspirei virei-me para a Jê e disse:
- Você se importa de pula uma cadeira?
- Claro que não. - respondeu saindo e eu disse:
- Pronto meninos, um fica de um lado e outro do outro. - quanto Nat foi sentar entre mim e Jê falei: - Do outro lado Nathaniel-senpai, quem vai sentar aí é o Castiel-kun. Ele obedeceu puxando a cadeira com força e Castiel sentou ainda encarando-o. Jê ficou corada afinal seu amore estava do seu lado. Então ficou assim:
Começa pelo ponto vermelho que é o Castiel seguindo pela direita: Castiel, eu, Nathaniel, Linda, Lysandre, Anny, Andrew, Aikkaa, Eliéser, Carol, Alex, Kelly, Charlie, Tati, Armin e Jennaah.
Estava todo mundo feliz tentando se divertir, mas volta e meia nos preocupávamos com Nicolas. Ouvimos Lysandre falar com Nat que amanhã eles iriam treinar, pois agora mudaram de baterista. Jenna estava muito corada, eu pensei que ela iria morre ali. Então Castiel resolveu falar com ela:
- E então... Jennaah né?
- É-é sim, Castiel-kun.
- Você é amiga de Euphi-kun a quanto tempo?
- Desde que chegamos aqui. Dividimos o mesmo quarto.
- Legal. - respondeu dando um gole na Coca-Cola e virando ao ver Nathaniel colocar o braço no encosto da minha cadeira e com a outra mão tocou na minha.
- Olha Euphimea-kun eu quero lhe pedir desculpas. Vou falar com a minha irmã, tá bom?
- Bem... não sei se só falar vai resolver. - ele pegou a minha mão e beijou deixando-me corada olhando-me com aqueles olhos "sedutos" como diz a Anny. Então senti uma aura negra de hostilidade do meu lado. Quando viro... a cara de ciúmes do Castiel foi ótima. Ele lançou um olhar para o Nathaniel dizendo: " Faça isso na minha frente de novo que sua cara vai conhecer o meu punho."  Tirei a mão dele e tentei acalmar o Castiel:
- Algo errado?
- Claro que não! - exclamou corando e virando a cara. A Jê apenas olhava para ele querendo ter mais atitude, mesmo com os conselhos de Candy não resolveu nada. 
Depois de lancharmos os meninos nos acompanharam para o prédio. A mala das novatas foram levadas por alguns garotos assim que acabaram as aulas e deixadas no hall, pois elas tinham que ajudar o clube. Nós as meninas já um pouco antigas ajudamo-as a subir com as coisas. O ruim foi levar as coisas de Carol, pois era muita bagagem, parecia que trouxer o guarda-roupas inteiro!
Depois de tudo arrumado eu como de costume coloquei a mão no bolso para pegar o celular e colocar em cima do criado mudo, mas não estava com ele. Entrei em pânico. Pedi a ajuda para a Jê para procurármos ele. Virei o apê de cabeça para baixo e nada. Como peguei um folheto do Marvin liguei para ele  perguntando se eu o esqueci lá e eles falaram que não.
Fiquei muito triste, pois eu tinha que responder o Jade todas as manhãs. Então me ocorreu de ter esquecido na escola. Esperei a Jê dormir para não deixá-la preocupada. Esta demorou a pegar no sono já era uma meia-noite quando isso aconteceu. Eu tinha colocado meu pijama, mas troquei por um vestido que era mais rápido de vestir e sai sem fazer barulho. Eu iria entrar naquela escola de qualquer jeito.
Cheguei lá, tudo fechado. Segurei na grade sacudindo-a para ter certeza se estava trancada mesmo.
- Aff... eu tenho que entrar de qualquer maneira! - lamentei-me encostando a testa e de repente a minha cabeça passou entre as grades me assustando. - Ôh! Será que eu passo? - então virei meu corpo de lado e por pouco não fico entalada. Depois que passei cai no chão por não ter levantado a outra perna o suficiente. Sai correndo feito doida para o corredor. Tenho quase certeza que o deixei no armário. 
Abri-o rapidamente e não deu outra, meu cel estava lá! Foi na hora de guardar o dinheiro, os meninos me gritando para ir logo, pois estavam morrendo de fome e eu o esqueci lá. Fiquei tão aliviada.
Então de repente senti alguém atrás de mim. Virei-me e não vi ninguém. Eu hein, que estanho. 
Logo vi Chantilly voando na minha direção esbaforida:
- Euphi-chan sua doida! Eu estava lhe procurando!
- Não queria lhe acordar...estava preocupada com o meu celular e vim pegá-lo. 
- Ah... era só isso?
- Como só isso?! Tenho que responder o Jade, você esqueceu?
- É mesmo. - fez uma careta de esquecimento. Então fomos embora, mas parei porque senti alguém parado atrás de mim. Virei-me com o coração acelerado. Vi um rapaz muito alto, de longos cabelos castanhos e olhos vermelhos sangue e suas roupas era algo do século XIX. 
- U-um... vampiro! - exclamou Chantilly ao reconhecê-lo.
- Quê! - exclamei saindo correndo esbaforida. 
- Ei, espere! - pediu ele quase como se estivesse implorando. Eu não parei nem por um decreto, tentei correr mais que meus pés e com isso acabei caindo no chão.
- Vamos Euphi-chan! Isso não é hora de cair! - exclamou minha fada puxando a gola do meu vestido em vão. Eu ralei o joelho direito que começou a arder e a sangrar. Levantei-me com dificuldades, tentei continuar mancando, mas doia muito. 
O vampiro com sua habilidade de se movimentar rápidamente, apareceu na minha frente me impedindo de passar pela grade. Eu só estava a meio metro. Pegou-me no colo e levou-me de volta para o colégio. 
- Chantilly! Socorro! - choraminguei e ela voou na frente do rosto dele enfiando suas duas mãos no seu olho esquerdo.
- Ai! - exclamou levando uma das mãos no olho. Com isso o fez me soltar quase caio de novo. Consegui me livrar dele e mancando voltei o portão. Então ele agarrou meu tornozelo derrumando-me no chão de novo. 
- Calma. - pediu ele gentilmente ficando por cima de mim segurando meus braços, pois comecei a me debater loucamente. Seu olho já havia melhorado e eles se encontraram os meus. Eu estava em pânico! Meu coração iria saltar pela boca. Chantilly mordia ele na orelha, no rosto e com um tapa a acertou fazendo-a cair demaiada no chão.
- Chantilly! - gritei preocupada
 - Desculpe... - foi o que ele pediu com um olhar de tristesa. - Eu não queria que chegasse a esse ponto. 
- Você quer o meu sangue? 
- Sim... eu iria lhe pedi... mas você não deixou eu lhe falar nada. Saiu correndo feito louca. 
- Olha... você é o caçador e eu a presa, ok? Conseguiu me pegar então porque estamos tendo essa conversa.  Então ele se levantou saindo de cima de mim soltando-me. 
- Pode ir. - respondeu virando-se e andando em direção ao corredor. Seus olhos tristes me deixaram curiosa. Peguei Chantilly que resmungou um pouco nas minhas mãos em forma de concha.
- Você está bem?
- Estou. - disse ela tentando se levantar e desistindo. - Preciso dormir para me recuperar. - e assim caiu desfalecida.  
- Ei, você! - chamei o vampiro. - Espere. - pedi. Ele ao se virar já estava na minha frente em um piscar de olhos. 
- Aaaahhh! Não me assuste desse jeito!
- Desculpe. - pediu ele abaixando os olhos. 
- Por que você é tão triste? - indaguei curiosa. 
- Responderei se você me deixar carregá-la para cuidar do seu joelho. 
- Ah! Então era isso?! - exclamei surpresa. - Tudo bem então. - disse relutante. Será que eu deveria confiar naquela criatura? Ele me pegou no colo deixando-me corada e me carregou até os armários. De repente uma luz azul se abriu no meio do caminha fazendo-me arrepender de o ter deixado me levar.
Quando atravessamos aquele porta eu não estava mais na escola. Era um lugar, escuro, frio e mórbido. Um cemitério. Ele levou-me para o seu castelo. Deixou-me sentada numa cadeira e saiu. Coloquei Chantilly deitada no meu colo e fiquei com pena dela.
- Oi. - disse alguém.
- Q-quem é? - indaguei gaguejando com muito medo.
- Sou eu. - disse um morcego preto aparecendo voando.
- Aaaaaahhhhhhh! Um morcego! Que nojo! Sai de perto de mim! - gritava balançado a mão no ar querendo acertá-lo.
- Nossa! Como você é mal educada.
- Ai meu Deus! O morcego está falando comigo.
- Sim! - sorriu. - Eu sou o Noir!
- Olá Noir. - disse me arrepiando toda.
- Você veio fazer companhia para o Dimitry?
- Dimitry? O vampiro?
- É isso mesmo! Ele vive aqui sozinho a muito e muito tempo!
- Imagino... é um ser imortal. Eu... só estou aqui porque vim pegar meu celular no colégio.
- Celular? O que é isso?
Peguei o celular que estava dentro do meu bolso e mostrei pra ele que ficou admirado. Mostrei para ele como se usava. Então começou a me contar a história do vampiro.
- Nossa que triste. Então ele amava muito essa Mary.
- Sim. - respondeu Dimitry aparecendo no alto da escada com um patinho na mão. Era de louça com detalhes em ouro. - Isso é uma erva medicinal pra o seu joelho.
- Ôh, não precisava! - exclamei sem graça. - Era só ir na enfermaria do meu colégio e passar Merthiolate. - ele ignorou o que eu disse e passou a pasta verde. Ardeu um pouco, mas era refrescante. - Então é tudo muito bem, está tudo muito bom e eu vou para casa, ok? - indaguei me levantando pegando a Chantilly com a mão afrouxada e ele pediu com a voz melancólica.
- Fique mais um pouco, por favor. - ao olhar para a carinha dele de dor eu não resistir sentando novamente na cadeira. Não havia reparado antes, mas ele era tão bonito.
- Noir me disse que você só se alimenta de sangue de animais não é mesmo?
- Sim... nesse lugar não existe animais maiores, apenas pequenos e eles não me dão a energia que necessito. Então eu senti o seu cheiro... que é tão bom... e atravessei o portal para o seu mundo. Queria conversar com você, mas saiu correndo.
- Sei... entendo. E esse portal sempre fica aberto?
- Não. Ele abre meia-noite no seu mundo e fecha as 6hs da manhã. Como as pessoas desse lugar morreram da Peste Negra, não seria muito bom de você ficar mais tempo aqui.
- Claro. Então me leve de volta. - no mesmo instante Dimitry me pegou no colo e atravessou comigo o portal. E eu indaguei: - Se por um acaso... eu fosse morde por você, eu viraria vampira?
- Não. Só se você beber do sangue de um vampiro. - respondeu colocando no chão perto do portão.
- Olha... peço desculpa por tudo antes, tá bom? Você foi muito gentil comigo...
- Volta amanhã? - indagou-me me interrompendo.
- Ah! Claro! Talvez até trago umas amigas se elas tiverem coragem de vir...
- Que ótimo! - sorriu, tão lindinho! - Fico muito feliz e... não me disse o seu nome.
- É Euphimea! Mas pode me chamar de Euphi-kun se quiser.
- Tudo bem... Euphi-chan. - bom eu não falei nada. Chantilly acordou sobressaltada e levantou voo.
- Euphi-chan! Não fique aí parada! Ele vai te pegar!
- Acho que já pegou. - respondi sem desviar os olhos dele. "Você não pode olhar nos olhos de um vampiro, se não ficará preso para sempre".  - Como você foi gentil comigo eu deixo tomar do meu sangue. - falei como se estivesse hipnotizada. Dimitry sorriu gentilmente.

 Ele não pensou duas vezes e me agarrou puxando-me para perto de si sussurrando em meu ouvido deixando-me corada:
- Pode doer um pouco... - em seguida gravou os caninos um pouco abaixo da minha orelha, por causa do meu vestido que a gola era alta. A dor era mais intensa do que uma injeção e queimava, impossível de me mover. Eu o abracei de volta e fechei os olhos esperando ele terminar. Soltou a mão do meu cabelo e tirou algo do bolso soltando de mim colocando o lenço rendado imediatamente na boca escondendo o sangue. Eu toquei no meu pescoço e tirei a mão olhando para ela encharcada de sangue. Dimitry pegou o lenço , limpou minha mão e meu pescoço. Eu estava petrificada de pavor.
- Perdoe-me Euphi. - pediu corando. - Sei que isso é horrível, mas...
- N-não precisa de desculpar. - falei voltando a mim. Cambaleei um pouco e ele logo me segurou para não cair. Suava frio e meu coração parecia que ia explodir.
- Eu te levo de volta. - ofereceu e me abraçou. Chantilly se escondeu debaixo dos meus cabelos. Por causa de meu sangue Dimitry sabia onde eu morava e levou-me teletransportando. Pegou-me no colo e colocou-me na cama. Cobriu-me com um cobertor, pois eu tremia muito pavor. Ele agachou e disse sussurrando:
- Você vai ficar bem... isso é normal.
- Não precisa se preocupar comigo Dimitry.
- Durma com os anjos. - beijou minha testa e desapareceu.
No dia seguinte acordei com a Jenna pulando na minha cama e gritando feito louco:
- É hoje Euphi! É hoje que o Castiel vai tocar!
- Hã? Sim claro. - indaguei sonolenta.
- Eu nem consegui dormir direito de ansiedade! Você saiu ontem? - assustei-me quando ela perguntou isso.
- Você não estava dormindo?
- Mais ou menos! Eu acordei e você não se encontrava no quarto. Depois de um tempo lhe vi dormindo.
- Fui até o colégio pegar meu celular.
- E ele estava lá?
- Estava dentro do meu armário, eu o esqueci lá.
- Então levanta logo para a gente lanchar e comprar "roupitas" nova pra o show! - exclamou puxando meu cobertor para o lado e de repente gritou. - Aaaaaaahhhhh! O que é isso Euphi?!
- I-isso o quê? - indaguei assustada.
- A gola do seu vestido está toda suja de sangue!
- Está? - indaguei colocando a mão no meu pescoço e sentindo as casquinhas dos furinhos. Então não foi um sonho. Levantei-me rápido e fui para o banheiro olhar no espelho com Jenna colada atrás de mim. Era verdade! Lá estava os furos arroxeado em volta e doia. Parecia que eu tinha levado um mega chupão no pescoço, aliás parecia não, eu levei um chupão de Dimitry!  Se bem que como movimentava os lábios sugando deveria ficar roxo mesmo. Acho que não foi intencional.
- Isso aí é um chupão? - indagou Jenna com um sorriso malicioso na cara. - Quem lhe deu? Nathaniel é?
- Foi um vampiro. - falei.
- Sério?! - indagou curiosa. - Você o encontrou no colégio?
- Sim... Dimitry o nome dele.
- Aaaaaaaahhhhhhhh! - gritou ela de felicidade. - Apresenta, apresenta, apresenta! - exclamou eufórica me sacudindo pelos ombros.
- Tá bom! - respondi um pouco irritada. - Tenho que esconder esse roxo e no local que ele mordeu é impossível esconder com um lenço.
- Esconde com o seus cabelos. - puxei um pouco do meu cabelo para frente, mas dava para ver. - Ai amiga, não vai dar muito certo não. Acho que vou tentar disfarça um pouco com corretivo.
Abri a gaveta do banheiro, peguei minha malinha de maquiagem e passei o corretivo. Escondeu um pouco, mas dava para ver a sombra. - Vou tomar banho Jê esse cheiro de sangue está me enjoando.
- Tá bom. - sorriu ela saindo do banheiro e fui fechar a porta.
"Eu estava desnorteada. Bateu um arrependimento de ter dado o meu sangue para o Dimitry. Eu e a minha mania de ajudar os outros. Mas ele era tão triste. Parecia que sofria tanto". - pensava eu enquanto eu tomava banho. Enrolei-me na toalha, esfreguei o gola do meu vestido no chuveiro passando sabão com água quente. O sangue saiu, mas ficou levemente marcado, precisaria ir para a lavanderia e deixá-lo de molho. Se bem que agora parecia ketchup. Sai para escolher uma roupa. Peguei uma blusa de gola role e uma calça jeans. Jennaah foi tomar o banho dela e eu passava o corretivo enfrente ao espelho no armário. Cobri com o cabelo e deu para disfarça um pouco.
Alguém bateu na porta e fui atender. Era Anny e Kelly já vestidas para sair com suas fadas.
- Bom dia Euphi-chan! - falaram ambas.
- Bom dia meninas. - cumprimentei sem graça.
- O que é isso Euphi? - indagou Anny levantando o meu cabelo. - Um chupão? - fiquei corada. Então dava para ver.
- Parece que sim. - disse muito sem graça. Anny me empurrou para dentro do quarto fazendo cara de safada. - Feche a porta Kelly. - pedi. Ela fechou e Anny me encostou na parede.
- Diga-me quem foi o "safadenho" que fez isso no seu pescoço? Nathaniel ou Castiel? 
- Nenhum nem o outro...
- Ôh! Então foi o Jade! Que sensual!
- Dimitry o nome dele. - falou a Jenna saindo do banheiro já sabendo da conversa.
- O quê?! - exclamou ambas espantadas. - Agora tem outro?! - indagou Anny.
- Nossa! Agora são 4 Euphi! Deixa um pra gente! - exclamou Kelly de brincadeira.
- Se você der em cima do Ly eu lhe afogo na privada! - ameaçou ela brincando. - Se bem que melhor afogar a Ambre.
- Deixa eu falar, por favor! - pedi aumentando um pouco minha voz. Chantilly acordou e veio falar comigo brigando: 
- Sua doida! Como você deixa um vampiro lhe morder?
- Um vampiro! - exclamaram ambas boquiabertas. 
- Onde tem um vampiro? Eu sempre quis conhecer um! - exclamou Anny eufórica igual a Jê. 
- Eu também quero conhecê-lo! - pediu Kelly alegremente.
- Ele vive em um mundo paralelo o nosso. O portal se abre meia-noite no colégio.
- E o que você foi fazer lá a essa hora sua safada?! - indagou Anny.
- Pegar meu celular que esqueci... Ôh! O torpedo do Jade. - corri para o criado mudo e lá estava a mensagem dele: " Oi minha flor! Bom dia meu raio de sol! Mais um dia que eu não poderei lhe ver, mas não fique triste, pois tenho você no meu coração e pensamentos. Eu te amo".
- Acho que eu vou chorar! - emocionou-se Kelly.
- Ah, fica com o Jade! Ele é tão fofo! - opinou a Anny.
- Acho que sim. - disse corando e respondendo para ele. - " Bom dia meu lindo. É mais um dia. Não estou triste, apenas lhe aguardando. Também de amo". 
- Ôh, que lindo! - exclamou a Jê. Ela já estava pronta e eu fui pegar um cachecol. Contei tudo para as meninas eu ficaram boquiabertas e loucas para conhecer o Dimitry. Fomos tomar o café da manhã e lá encontramos as novatas.
- Vamos passear no shop! E fazem compras! - exclamou Anny eufórica. 
- Sim! - concordamos. O dia seria especial. Iriamos ver os meninos tocarem e precisávamos ficar lindas.  
Fomos para o shopping era pequeno se comparar com os de Tóquio, mas haviam lojas de grife. Carol e Tati tinham condições de comprar nessas lojas. Se a banda era de roqueiros então deveríamos nos vestir assim. Entrei em uma loja que o vendedor era uma gato. Cabelos repicados e olhos negros atendia pelo nome de Leigh. As meninas foram ver o que eu iria comprar e ao vê-lo resolveram ficar na loja mesmo não sendo de grife. 
- Bom dia meninas o que desejam? 
- Estamos procurando uma roupa para o um show de rock. - falei abrindo o jogo.
- Ah, sim. Acompanha-me que eu tenho a coisa certa para cada uma de vocês. 
Deu o vestido para cada uma e quando saímos do provador o resultado foi esse:    


      
 Antes que me perguntem, sim são as meninas do K-on! E a Miku. Essa música do vídeo sempre me lembra vampiros.

Capítulo 10: Amigas


Depois daquela 5ª-feria eu nunca mais vi o Jade. Apenas os seus torpedos como ele havia me prometido. Eu o respondia, mas não tinha coragem de ligar para ele e acredito que também não teve para me ligar. E sempre ele terminava o texto com “eu te amo, não se esqueça disso”.  Aquilo me quebrantava e me fazia me sentir mais culpada.  
Aquela 6ª-feira estava muito diferente das outras. O dia amanheceu nublado e frio, indicado que cedo ou tarde iria chover.  Assim que eu, Jê, Anny e Kelly, acompanhadas de nossas fadas, chegamos à escola um ônibus parou no portão. Reconhecemos aquele veículo. Era ele que nos trouxe arrancando-nos de nossas casas para aquele colégio. Então desceu minhas futuras e novas amigas, Tati com sua irmã mais nova Carol, Aikka que seria a minha bengala depois da ida de Jade e a distante Linda que futuramente nutriria um amor por Nathaniel.
Mas naquele momento éramos desconhecidas. Nathaniel apareceu se aproximando para dar boas-vindas desviando de nós que estávamos no caminho. Assim que eles chegaram ao portão um monte de fadas saiu do jardim e foram se encontrar com suas donas e donos que não as viam. Então desceu dois rapazes que chamaram a nossa atenção. De longe se via que eram gêmeos. Eles se chamavam Alex e Armin já causando alvoroço nas meninas que estavam no colégio. Eles passaram por nós. Kelly ao olhar para Alex, o de cabelo azul, corou na mesma hora.  Ficamos paradas encostadas no muro para que aquelas pessoas passassem enquanto Nathaniel ia à frente com as chaves para guardar as malas, pois eles iriam ter uma recepção e iriam direto para as salas, já que perderam um pouco das aulas.
 Como era de se esperar, todo mundo com aquela cara de enterro quando chega no colégio Sweet Amoris desejosos de pegar o primeiro avião de volta para casa. Nathaniel subiu em uma cadeira e pediu silêncio para poder falar:
 - Bom dia a todos! Sou Nathaniel  Kazahaya antes que me perguntem se sou parente do banco Kazahaya, sou o filho do presidente.  – quando ele disse isso espanto e múrmuros foram ouvidos. – Silêncio, por favor! – pediu um pouco mal humorado.  – Sou representante de turma do 1º ano e quero dar lhe boas-vindas. Sei que todos vocês estão nesse momento odiando em virem para cá, mas sei que logo iram se acostumar.  Desejo muito que os alunos antigos sejam gentis e educados com vocês. Vou guardar as suas bagagens e, por favor, se dirijam as suas salas. Acompanham-me com suas coisas.
Então todo mundo foi meio que arrastado e quando tudo estava mais tranquilo fomos para nossas respectivas salas. Assim que entramos na sala sentamos e nossas carteiras de costume. Eu com meu humor depressivo incomodei muito gente, mas eu tentei me animar. Carol e Linda entraram na sala depois de algum tempo, assim pude perceber que elas tinham a nossa idade, 15 anos.
Quando a aula começou percebi que Castiel não compareceu. Ken estava de licença médica. Vi que Carol conversava tranquilamente com o Nathaniel depois da aula como se ela já fosse conhecida dele, mas não demonstrou interesse. Sai da sala com a Jennaah quando seguia para o pátio ouvimos um som de guitarra vindo lá do ginásio.
Castiel e sua banda estavam treinando para o show que seria amanhã, sábado. Não preciso dizer que minha amiga me catou pelo braço e saiu me arrastando para lá. Aquele acorde eu conhecia era "Sweet Child o Mine" do Guns and Roses e Castiel tocava exatamente a parte do Slash com perfeição nem uma nota a cima ou a baixo. Imagino o quanto ele ficou treinando para aquilo sair igual. Ele usava uma regata preta mostrando os braços definidos, como estou acostumada de ver sempre de jaqueta ao vê-lo assim a la volonté (a vontade), despertou-me algo que não sei definir bem o que é. 
Jennaah ao vê-lo teve a seguinte reação: uniu as mãos entrelaçando os dedos encostando no queixo e suspirava horrores. Corações rosas pocavam dela feito pipoca e voavam melosamente grudando no meu rosto. Mesmo eu afastando com a mão aqueles corações pareciam mariposa em volta da luz. Desci a arquibancada um pouco, pois estava me incomodando.
O som foi ouvido por todos e logo o pessoal chegou para ver o ensaio. Ficou tão lotado o ginásio que mais parecia um show. Ly e Castiel começaram a se exibir, o primeiro fazendo danças sensuais e o segundo uns acordes diferentes na guitarra.
Anny se juntou a Jê na mesma posição e os corações se multiplicaram grudando em mim e desci a escada para a quadra. Acho que Castiel sentiu a minha presença, pois levantou seus olhos cinzas me encarando. Conforme Ly cantava as meninas vibravam de alegria, era tudo o que ele precisava. Começou a dança sensualmente. Balançada o corpo de um lado para o outro, passava a mão pelo corpo, fazia o movimento da "cobra", que é  ondulação do corpo começando com a cabeça e terminando no quadril, que deixa qualquer mulher pirada. Laçou beijos para a plateia e as garotas gritavam feito loucas. Castiel também, tocava com a cabeça levemente para trás, mordendo o lábio inferior. 
Eu inclinei a cabeça de lado para olhar para ele de outro ângulo. Não é que ele é bonito? Estava se sentindo tão a vontade na sua banda que começou a sorrir. E ele tem um sorriso lindo! Estava tão acostumada com a sua cara fechada e séria, que eu não sabia que ele sorria.
Acabei corando e Chantilly sentou no meu ombro esquerdo me provocando:
- É... você realmente gosta dele.
- O quê! Não vou discutir com você esse assunto de novo Chantilly! - exclamei virando a cara e meus olhos deram com Nathaniel que bebia uma lata de Coca-cola. Ao sentir, olhou de volta sério. Não estava gostando de Castiel chamar atenção mais do que ele.
A música acabou e eles tocaram outra. O baterista começou sozinho. Tum, tum, pá, tum, tum, pá. E com isso todo mundo já sabia que música era e acompanharam os dois tuns com o pé e com a mão. Então o ginásio inteiro extremesseu com as pisadas ao som de " We will rock you."  Alex, um dos gêmeos, se aproximou de mim assustando-me, pois nem senti a sua presença. 
- Eles tocam bem, não?
- Sim. - respondi simplesmente.
- Quem são?
- Eles vão dar um show amanhã. Eu conheço o vocalista, Lysandre-senpai, mas nunca falei com ele, pois é do 3º ano e o da guitarra vermelha é da minha sala, se chama Castiel-kun.
- Ele gosta de você, não gosta? - indagou ingenuamente.
- Por que você está me dizendo isso? Você nem me conhece! - ele sorriu com ar de brincalhão e respondeu:
- Os olhos dele me dizem que se eu não sair de perto de você corro risco de vida. E também não para de olhar pra você. - quando percebi, corei. Alex também não deu o braço a torce e para provocá-lo sussurrou no meu ouvido: - Você parece uma bonequinha. - do mesmo jeito que chegou ele saiu deixando-me ainda mais corada. 
- Ih, Euphi... você está feita com esses meninos. - disse-me Chantilly.
- Ôh meu Pai! - lamentei-me colocando a mão no rosto. Depois olhei entre os dedos e Castiel estava muito bravo. Consegui sentir uma aura negra de hostilidade emanando dele. O que será que se passou pela sua mente? Algo do tipo: " Por que aquele novato mexeu com a Euphi? O que será que esse babaca disse para ela ficar corada? Por que ela não deu um fora nele?  Por que existe tantos caras tando em cima dela e esta permite? Ou... por que ela não gosta de mim?" 
Perguntas, perguntas e mais perguntas. Abri um sorriso pra ele dizendo que estava tudo bem e ele sorriu de volta para minha surpresa. Um sorriso de lado com o canto da boca fechada me fazendo lembra o Edward do Crepúsculo.  
Logo Ambre e suas cúmplices apareceram empurrando o pessoal e se aproximando da quadra. Quando Ly a viu, aí que começou a dançar exageradamente levando a mulherada ao delírio. Olhei para Anny que desmaiou e foi acudida por Kelly que abanava com um lenço branco. 
Castiel falou algo pra ele se aproximando, acho que era para maneirar um pouco, pois os rapazes fecharam a cara e balançavam a cabeça desgostosamente. Ly percebendo foi diminuído aos poucos e piscou o olho para ela que virou a cara. Se a Anny tivesse visto com certeza voaria no pescoço da Ambre. Então finalizou a dança dando um "back away" (inventei o nome) o famoso passo de ré do Michael Jackson e é claro que as garotas vibraram com aquilo.
- É isso pessoal! Nossa banda LANCE irá fazer um show amanhã, não percam! Quem quiser ir é só procurar a banda, valeu?! 
Deixou o aviso e o pessoal foi saindo do ginásio. Anny já havia se recuperado e foi saindo com o pessoal, pois logo o intervalo acabaria. Eu também dei as costas quando escuto:
- Euphi-kun! - viro-me e vejo Castiel arrancar o fio da guitarra dando uma corridinha pra falar comigo todo feliz.
- O que você achou Euphi?
- Legal. Toca muito! Você está de parabéns! - forcei um entusiasmo. Ele sorriu. "Castiel... tu é bonito cara"! - pensei.
- Oi Euphi-chan! - comprimentou-me Marshmallow fazendo uma carinha tão lindinha. É claro que eu não pudia responder na frente de Castiel e o comprimentei com um sorriso. Ao me ver sorri Castiel corou e disse:
- Estarei esperando você lá Euphi-chan. - falou se aproximando e me dando um beijo no rosto fazendo-me corar. Meu Deus! Ele me chamou de chan!  
- Está todo derretida! - provocou Chantilly.
- Eu te mato. - rosnei falando baixo.
- O que foi? - perguntou-me ele com uma liguinha entre os dentes e amarrando o cabelo que pingava de suor. Eca! 
- Nada não. Até Castiel-kun. - falei me despedindo com a mão e ele fez o mesmo picando o olho e mordendo o lábio inferior. Aparentava felicidade e eu sai dando as costas sem olhar pra trás para não pensar que eu estou afim dele. 
Jennaah  me esperava fora do ginásio e quando sair agarrou o meu braço. Fomos para a sala de braços dados como boas amigas. 
- O Castiel-kun é tão lindo! Aqueles cabelos balançando no rosto! Que tudo!
- Pode parando! - pedi com tom de brincadeira. - Se não seus corações melosos iram grudar em mim de novo! - rimos juntas.
Depois das aulas eu estava em frente o meu armário contando o dinheiro que tinha guardado, pois como levei uma advertência meus pais cortaram a minha mesada por um mês. Então eu precisava sobreviver com o que tinha. Depois iria para o clube de jardinagem ensinar as novatas como tinha que fazer as coisas como o Jade gostava. Então uma mão puxou uma nota de $ 20,00. Virei-me e era a Ambre com suas companheiras.
- Ei! Esse dinheiro é meu!
- Seu? Acho que não, ele vai pagar o nosso almoço! - enfiei o resto do dinheiro no bolso de trás e pulei na mão dela para pegá-lo de volta. Como ela era alta, 1.70m, eu não consegui pegar. Então ela me empurrou não muito forte e saiu rindo. Eu fiquei com muita raiva e Chantilly disse:
- Poxa... essa Ambre é difícil mesmo.
- Você não sabe da peste que ela é! Você não poderia ir lá pegá-lo para mim?
- Desculpe Euphi-chan... as fadas são para dar conselhos, não podemos interferir na vida humana. 
Furiosa eu fui feito um cavalo dando passos largos e entrei na sala de representante sem me importar se Nathaniel estava ocupado ou não. Ele fazia as fichas dos novos alunos. Abri a porta com tanta força que bateu na parende o assustando. Viu a aura negra que emanava de mim e demorou um pouco para falar.
- E-euphi... por favor para com essa cara... você está me assustando parecendo a Samara! 
- A sua irmã vai morrer... - disse com a voz tenebrosa e ele ficou branco de pavor.
- Euphi... por favor. - pediu fazendo uma carinha que eu não resistir voltando ao normal. - Sua irmã pegou o meu dinheiro! - exclamei furiosa apontando para ele.
- Ôh! Sério? - indagou chateado.
- Eu gostaria que você fizesse algo a respeito disso. - Nathaniel tirou a carteira marrom do bolso abriu e me deu uma nota de $50,00.
- O quê?! Cinquenta! Ela só me roubou $20,00! Não posso aceitar Nathaniel. - falei para ele e olhando para seu rosto ignorando a presença de Tiger que estava sentado na sua cabeça.
- Pode ficar com esse dinheiro... tá bom?
- Olha... não é pelo dinheiro... mas acho que você deveria dar uma lição nela.
- O que, por exemplo? Algumas palmadas? - disse um pouco irônico me aborrecendo. Naquele dia eu estava triste por conta do Jade e aí misturando tudo, eu explodi:
- Você é um idiota! Como você consegue defender a sua irmã?! Uma pessoa de mal carater como ela! Várias meninas tem bronca por causa disso, sabia?!
E sai correndo, chorando e ignorando ele me chamando para que eu voltasse e pela terceira vez dei uma trombada violenta em Castiel. 
- De novo Euphi... - ele ia reclamar, mas ao me ver chorando automaticamente me abraçou. Levantei o rosto e vi que seus olhos estava em outra direção. Virei-me e vi Nathaniel parado na porta na sala dos representantes fazendo uma cara de ciúmes por eu estar nos braços de Castiel. Para provocá-lo disse animado: - Euphi-kun estou me acostumando com as trombadas que você me dá. Não chore minha linda... - e assim passou a mão nos meus cabelos acariciando-me. Olhei novamente para o seu rosto, pois havia enfiado-o no seu peito, dizia o seguinte para Nathaniel "essa você perdeu, mané"! Quando viro para vê-lo, ele havia entrado e batido a porta com força. Castiel conduziu-me para a sala de aula ainda abraçado comigo e fechou a porta encostando-se como da outra vez para ninguém entrar. Enquanto eu chorava ele ficou abraçado comigo. Ôh! Não! Não posso ficar abraçada com ele assim. Então me afastei com as mãos no seu peito dizendo:
- Desculpe Castiel não posso me aproveitar desse jeito! Estou traindo a Jennah! - então ele me abraçou mais forte ainda brigando comigo:
- Por que  se preocupa com todo mundo menos com você?! Não posso lhe deixar nesse estado!
Desistir de lutar e ficamos abraçados por alguns minutos. Eu estava com o ouvido bem em cima do seu coração, pois ele tem a mesma altura do Jade 1.80m e este batia acelerado. Respirei fundo me acalmando e afastando a cabeça olhando para os olhos de Castiel. 
- Já está tudo bem agora Castiel... tenho que ensinar as meninas do clube de jardinagem... com licença. - avisei me afastando e ele falou:
- Se precisar de novo... estamos aí. O que o mauricinho fez pra você?
- Ele fica defendendo a irmã.
- Ah, a patricinha que gosta de mim. - fiquei surpresa, pois até então eu não sabia.
- Er... eu vou nessa tá bom? - insistir, pois ele estava encostado na porta com os braços cruzados. Simplesmente saiu e abriu a porta para eu passar. Sai apressada direto para o clube de jardinagem encontrar as meninas.
- Desculpem pelo o atraso tive um contra tempo. - elas me olharam e notaram que eu havia chorado, mas ficaram caladas. 
Cumprimos a nossa tarefas, não sabia que a Kelly e a Anny também estavam no clube de jardinagem. Antes elas vinham um pouco mais tarde e a gente nunca se encontrava. Então com tanta gente acabamos rápido. Fui procurar a Jennah no clube de basquete e ela estava na porta acompanhada da novata Aikka, suspirando as duas.
- O que está aconteceu aí? - indaguei curiosa.
- Os meninos estão jogando futebol. - respondeu Jê.
- O quê! - exclamei surpresa. 
De fato lá estavam 10 garotos jogando bola na quadra do ginásio, pois além de ter as cestas, tinha também traves para colocar a rede. 
- Ôh, que lindos! - exclamou Anny suspirando. 
Era o time do Lysandre jogando contra o time do Nathaniel. Em 10 minutos de "pelada" eu já sabia o nome de todo mundo que estava lá. 
No time do Lysandre estavam: Castiel, Armin como goleiro, Eliéser o baixista  e Andrew o outro guitarrista.
No time do Nathaniel estavam: Alex, Nicholas o baterista, Charlie e um menino também do 3º ano de nome Drake como goleiro. 

Quando Alex nos viu gritou chamando a atenção dos outros fazendo eles darem um pausa:
- Ei! Meninas! Venha para a arquibancada! Precisamos de torcida!
E todas coradas e sem graça fomos. Eu, Jennah, Anny, Kelly, Tati, Linda e Aikkaa, depois de alguns minutos Carol procurando pela irmã, Tati, apareceu e sentou também com o seu jeito todo de paty, mas quando a conheci melhor ela lembrava a Stella das Winx. Conforme descemos em fila que mais parecia modelos andando nas passarelas os garotos parados observavam. E logo assobiaram fui, fui, mexendo com a gente. Alex segurava a bola na mão, por isso que o jogo parou e apenas esperavam a gente se acomodar.  Sentamos todas na primeira fileira do lado direito da arquibancada e como um sincronismo como se estivesse tudo combinado cruzamos a perna direita. Os meninos riam deliciosamente. Era tudo o que eles queriam para começar a exibição como todo sexo masculino faz, começando por Ly. Já que deram uma pausa, ele foi buscar as garrafas jogando para cada um que pegava no ar. Estavam todos suados e morrendo de calor. Nathaniel, Castiel e Andrew que são branquinhos estavam com o rosto vermelho feito tomate. Então Ly que já morria de calor a muito tempo, tirou a blusa pegou o resto da água que acabou de beber e jogou na pescoço para baixo. Apenas acompanhamos a água escorrer naquele tanquinho e Anny exclamou:
- Amigas! Eu acho que vou desmaiar! 
- Calma amiga, aguente firme! - pedi dando força pra ela. Jê que estava entre mim e ela começou a abaná-la com a mão. Foi a deixa pra os meninos tirarem a blusa ao mesmo tempo. Não conseguimos conter e gritamos na mesma hora eufóricas enquanto eles riam de prazer. 
- Que deusus! - exclamou Aikkaa pirando. A essa altura Anny havia desmaiado, Kelly e Jê com o rosto todo vermelho. Eu e Tati coradas, Aikkaa babava e Carol se abanava com a mão. 
Eles voltaram a jogar só que agora um se exibia mais do que o outro. Era Nathaniel sacudindo o cabelo, Castiel apertando a liguinha e colocando os cabelos soltos atrás das orelhas, era Lysandre tirando a franja do rosto, Armin aguardando a bola com as mãos nos joelhos, Andrew matando a bola no peito, Charlie limpando o suor do rosto com a camisa, Nicholas passando a bola de cabeçada, Alex aguardando a bola com as duas mãos trás da cabeça e Drake depois de defender a bola deu um beijo nela antes de remessar e Eliéser fazendo um golaço. 
Era como se estivéssemos no Monte Olimpo rodiadas de deuses, ou deusus como diz a Aikkaa era lindos demais para colocar defeito. 
Então algo de grave aconteceu. Castiel deu um trombada violenta no Nicholas que era do time de Nathaniel caindo em cima do braço direito. Só ouvimos aquele "track" de algo quebrando. 
- Aaaaaaaaaiiiiii! - gritava de dor por ter caído de mal jeito. Os meninos correram para socorrê-lo. Castiel ofereceu a mão para ele levantar, mas só conseguiu ficar sentado. Preocupadas nos aproximamos e logo um monte de gente estava envolta dele. Nathaniel apalpou o braço fazendo ele mover e sua resposta foi um grito.
- Parece que está quebrado. - respondeu Nat preocupado. Lysandre pirou levando as duas mãos na cabeça:
- Caralho meu irmão! Como você pode ter quebrado a merda desse braço?! O show é amanhã! E agora! Não temos baterista! 
Todo mundo se entre olhou assustados e Castiel pediu desculpas por ter o marcado. Lysandre ficando andando pela quadra desnorteado e furioso. E só gritava: Caralho! Que vacilo! Que vacilo, meu irmão! - chutou a bola de raiva, as garrafas e tudo que ele via pela frente. Levou a mão no rosto, na cabeça. Corri para ele para acalmá-lo e olha que eu nunca falei com ele na vida:
- Calma Lysandre-senpai... vamos resolver isso...
- Como calma! Você é idiota?! Ele é o baterista da banda e o show é amanhã! - exclamou batendo a testa na trave do gol. 
- Se desesperar não vai adiantar nada. - aconselhou Armin me defendendo. - Vamos dar um jeito, ok? Temos que nos preocupar com o Nick agora. 
Nathaniel o ajudou a se levantar e levá-lo para a enfermaria. Sorte que o enfermeiro ainda não tinha ido embora e o analisou. Todo mundo estava lá para saber o que aconteceu.
- Vai ter que ir no hospital engessar. 
Lysandre andava de um lado para o outro furiosos e desesperado. E agora? Repetia ele sem para e xingando palavrão que nem me atrevo a diz quais. Castiel se sentia mais culpado do que criança pega no flagrante e pedia desculpas para ele.
- Se você pedir desculpas mais uma vez eu dou um murro na sua cara! - ameaçou. 
Saímos de lá e Drake se ofereceu para levá-lo para o hospital. Não fomos todos juntos, pois tinha muita gente e precisávamos resolver esse problema e acalmar Lysandre. 
- Eu já toquei bateria. - confessou Nathaniel de repente. 
- O quê?! - exclamou todo mundo boquiaberto para o alivio de Lysandre.
- Estou parado a um ano, mas sei tocar. 
- Cara, você salvou a banda. - alegrou-se Lysandre colocando as duas mãos nos ombros dele. Depois encostou a testa, deram um tapa na mão com um aperto e um abraço com tapinha nas costas. Aqueles comprimentos de machos.
Voltamos para o ginásio e Nat montou a bateria que estava guardada. Ficamos aguardando ansiosos pra ver o seu desempenho. Sentou no banquinho e rodopiou as baquetas entre os dedos e começou a tocar. E ele toca muito! Ninguém acreditou no que ouvia. Lysandre agarrou o pescoço de Castiel com o braço dando um pulo de alegria. Nem tudo estava perdido. 
- Gente! - gritou ele. - Nosso novo baterista! - Nat ficou corado e parou de tocar. Todo mundo aplaudiu e Alex colocou os dedos na boca dando aquele assobio barulhento. 
- Se encaixa perfeito! - concordou Eliéser. - Nossa banda tem as iniciais dos nossos nomes e o "N" continua. 
- Com certeza! - concordou Ly. - Peço desculpas aí... viu Euphimea? E vou pagar lanche para todo mundo.
- Eba! - comemoramos e batemos palmas. 

Capítulo 9: O Encontro



Eu e Jennaah chegamos à escola. Quando abri meu armário à surpresa. Um vaso de íris roxa estava dentro do meu armário com um cartãozinho em um envelope verde claro, já indicando de quem era.
- Que linda! – exclamou minha amiga de boca aberta. – Está melhor do que eu! De quem é?
- Vou lhe ajudar com o Castiel. – frisei.
- Já falei para não se preocupar com isso!
- Assim você consegue me fazer chorar! – choraminguei.
- Ler logo o cartão menina! – falou ela ansiosa. Abri o envelope e o cartão dizia assim com letras vermelhas e purpurinadas: “Para alguém especial como você!” (Hum! – fizemos juntas) “Quero lhe dizer que o céu não é tão iluminado quanto o seu sorriso”. Fiquei vermelha na hora. E então ele escreveu o seguinte no cartão com uma letra muito linda! “Querida Euphimea, a essa altura você já sabe quem é, né? Dei-lhe a flor de íris, porque o significado dela é amor. Não pudi ir a escola hoje e fico feliz de você poder ver a sua fada. Anseio em vê-la novamente. Está disponível hoje a noite? Beijos do Jade. Obs: meu número está no papelzinho dentro do envelope.”
- Menina! Você conquistou o Jade! – exclamou a Jennaah toda feliz. – Qual é a sua receita?
- Sei lá. Parece que quanto mais eu os evito, mais eles correm atrás. – respondi enfiando os dedos no envelope e puxando o papelzinho branco com o nome e telefone celular dele, cheio de coração desenhado. – Ah, que amor! – disse derretida. – Eu não vou ter coragem de ligar para ele mesmo já tendo uma certa intimidade.
- E agora, o que vai fazer? Ele está querendo sair contigo.
- Tenho um pouco de medo, ele é mais velho e não é do colégio. Ele quer algo sério comigo e eu estou evitando a palavra amor. E também não é contra o regulamento, sair com alguém que não é do colégio?
- Pois, é. Mas acho que ninguém vai ficar sabendo.
- Ele te ama. - respondeu Chantilly que me acompanhava. A fada da Jê, Candy, também a seguia. Eu fiquei corada e briguei com ela.
- Não fale coisas que me deixe embaraçada! 
- Mas é verdade ué. 
- Também acho.
- Até você Jê! - exclamei ficando vermelha como tomate. Eu percebi que estava morrendo de saudades dele, mas não dei o braço a torcer.  
 - Que felicidade toda é essa? – indagou Ambre aparecendo de repente para nos perturbar. Escondi o cartão na mesma hora, mas ela viu a flor no armário.
- Ganhou uma florzinha é? Do seu queridinho Ken?
- Não é da sua conta! – respondi batendo o armário, mas ela viu o cartão e puxou da minha mão quase o rasgando. Leu ele e começou a ri de deboche:
- Hum... Parece que o jardineiro da colégio gostou de você, aquele sem classe. Ter dinheiro não quer disse que é fino.
- E daí? – perguntei furiosa. – Deixa o garoto em paz!
- Dois rudes dão muito certo. Eu vou dizer para o Nathaniel que você irá sair com ele, com certeza ele vai tomar as providências.
- Vai então, não estou nem aí para o Nathaniel, ok? – e ela saiu com aquele cabelo loiro esvoaçando sendo seguida por Amore que estava triste.  
- Grr... que raiva que eu tenho dessa garota! Ter uma cunhada como ela é um tiro no pé! - Jê riu da minha comparação e fomos para a sala. Levei o presente e o coloquei no parapeito da janela. Logo Castiel chegou e seus olhos foram na direção da flor, com isso ele fechou a cara.
- B-bom dia. - gaguejamos.
- Bom dia. - respondeu secamente, passando por nós e sentando na última cadeira no fundo da sala sendo seguido pelo seu silfo que até então não via. Logo Nathaniel entrou acompanhado de Tiger, eu fiquei vermelha na mesma hora e para minha surpresa ele me ignorou colocando seu material na primeira carteira perto da porta, ou seja, do lado oposto. Não sei, mas senti o clima um pouco tenso. Virei-me para a Jê e falei:
- Vai falar com o Castiel, ele está sozinho.
- Nem morta! - exclamou ela ficando vermelha. - Ele vai perguntar o que eu fui fazer lá. É mais apropriado você ir.
- Mas você já saiu com ele! 
- Eu sei... mas... parece que ele está de mau humor hoje.
- Qual é o dia que ele não está? - indaguei me levantando.
- Você vai deixar passar essa oportunidade Jê-chan? - indagou Candy para ela. Jennaah sacudiu a cabeça negando e ficando muito vermelha, achei que ela iria ferver e apitar igual um buli de tão quente que ficou. Que menina mais tímida.
- Tudo bem... vou ver o que há com ele. - disse saindo.
-Boa sorte. - falou ela e eu fiz uma cara de que “exagero”. Castiel estava olhando para fora da janela viajando.
-Castiel, está tudo bem com você?
- Está, por que não haveria?! - indagou furioso já com 10 pedras na mão. “Grosso!”- pensei. Mesmo eu sendo a garota que ele gostava, ele estava arredio. Não se abreria comigo nem por um decreto!  
- Eu me preocupo com você, viu? - falei mesmo assim.Levantei-me e quando fui sair ele disse.
-De quem é a flor?
-É minha por quê? - respondi não entendendo a pergunta.
-Você é lerda, ou o quê? Quero saber quem lhe deu.
-Ah, sim. - sorri para ele ignorando o “lerda”, mas fiquei furiosa. E por causa disse falei com o maior ar de metida: - Foi o Jade que me deu. - Voltei para o meu lugar e Nathan estava escrevendo em um caderno dos representantes. Ele estava estranho, parecia aborrecido com alguma coisa. Sua franja loira caia no seu rosto escondendo seus olhos. A professora Muka, esqueceu de algo na sala dos professores e foi buscar. Aproveitei e fui falar com ele, pois estava me incomodando muito. A gente não se falava desde ontem no final das aulas.
-Bom dia Nathaniel-kun. - falei nervosa.
-Bom dia. - respondeu seco.
-Como estão as coisas? Muito trabalho?
-Sim. - percebi que ele não estava afim de responder e voltei para meu lugar ao ver a professora entrando na sala. Cochichei com Chantilly se ela saibia de alguma coisa, mas ela deu de ombros. 
- Pergunte para o Tiger. - pedi para ela. Esta saiu voando e se aproximou do Tiger. Logo voltou e falou no meu ouvido:
- É por causa de você.
- Por minha causa! - exclamei e a professora virou indagando:
- Está com algum problema Euphimea-kun?
- Não professora. - respondi sem graça e a sala inteira riu. 
Na hora do intervalo eu e Jê fomos lanchando debaixo da árvore. Ken faltou aula tudo indicando que ele realmente estava doente.  E eu estava muito preocupada.
- Não sei mais o que fazer com essa situação, Jê! Socorro!
- Não fique assim... eu sei que você vai achar um jeito.
- Ele ficou aborrecido comigo, foi o que o Tiger falou! Chatilly ele não disse o motivo?
- Não... só disse que ele ficou assim depois que a Ambre foi falar com ele.
- Grrr... aquela vaca! Como eu odeio aquela garota!
- Não odeie Euphi-chan! - repreendeu-me minha fada. - Se não vai atrair um goblin pra você.
- E o que eles fazem?
- Ele irá sugar a sua energia e a minha até me matar.
- Nossa! Não quero lhe perder Chantilly.
- E eu não quero que você fique azarada.
- Azarada? Os goblins fazem isso?
- Sim! Eles iram lhe seguir e fazer você se dar muito mal.
- Por isso que a fada da Ambre chora muito.
- Sim... e devemos ajudá-la.
- Você está louca! Eu nunca irei ajudar aquela garota! - Chantilly não quis insistir para não brigarmos.
Então vi Nathaniel aparecer no pátio e de repente um monte de meninas felizes se juntaram ao redor dele. Ele falava gentilmente com cada uma, mostrando que estava normal, ou seja , o problema era comigo mesmo!
-Ah lá Jê! Está sendo super gentil com as meninas!
-Pois é! Que coisa, não?
-Ai, eu não sei mais o que fazer! - lamentei-me suspirando enfiando o rosto nos joelhos.
-Amiga, não olhe agora, mas ele está olhando para cá.
-Sério? - indaguei levantando a cabeça virando para ela tentada em olhar. Passou alguns minutos e eu perguntei. - E então? Ainda está olhando?
- Olhando eu não diria, mas está vindo para cá!
- O quê! Aaaah! Preciso de um buraco para me esconder! - entrei em pânico, eu queria sumir dali. Fiquei olhando para o jardim da escola desejando que Jade estivesse ali para me salvar e então eu escuto Nathan me chamar com a voz fria.
- Euphimea-kun. Preciso falar contigo sozinho. - frisou o sozinho.
-Amiga, eu vou nessa... estarei na sala. - falou Jê se levantando e indo para o corredor acompanhada de Candy.  Fiquei olhando para ela até sumir e Nathan chamou a minha atenção:
-Olhe pra mim, sim? - virei o rosto e vi que seu rosto estava bem sério. Tive medo de ouvi algo que não iria gostar. Tentei ignorar a presença de Tiger, pois ele iria reclamar que não estava olhando para ele. - A Ambre falou comigo... - começou.
-Ah, sim! Claro! - cortei ele falando irônica, pois já sabia disso. 
-E... você não tem proibição de sair com quem quiser.
-Ótimo! - exclamei irônica de novo. - Era só isso?
-Era. - respondeu fechando os olhos e virando-se. Eu não entendi nada. Ele estava frio comigo. Indignada o chamei gritando, pois ele estava um pouco longe, ele parou e virou-se ainda bravo. Andei apressada para ele e perguntei diretamente:
-Fiz algo de errado para você? Ou você está fazendo alguma piada?
-Não. Não é piada, você não gosta delas não é mesmo? - respondeu irônico.
-Então, por que está diferente comigo hoje? Você me odeia? A sua irmã disse algo...
-Não. - cortou-me. - Não tem nada haver com a minha irmã, ok?
- Então você me odeia, só pode!
-Odiar... - respondeu secamente. - O problema não é lhe odiar... aliás, de onde você tirou isso? - perguntou troncando a pasta de braço. - Eu me declarei pra você, lembra?
- Está bravo porque eu não lhe dei uma resposta? Eu preciso lhe conhecer melhor...
- É por que você vai sair com "ele", tá leal!
- Ah, está com ciuminho. - disse com voz de brincadeira. Ele fechou a cara confirmando e eu coloquei a mão na boca escondendo o sorriso. Não falou mais nada saindo dali enfurecido e foi dar toda atenção para as meninas. Eu fiquei louca de ciúmes também! Mas feliz por ele está com ciúmes! Só de pensar isso eu fiquei corada. Corri para a sala e fui falar com a Jê ela ficou de cara!
- Que lindo! Está com ciúmes! Como eu queria que o Castiel-kun tivesse ciúmes de mim! Parece que ninguém me nota nessa colégio!
- É claro! Fica se escondendo! - exclamei.
- Eu vivo falando isso para ela. - concordou Candy sentando no seu ombro.
- E voltando o meu assunto  eu estou piraannndoooo! Uma hora eu quero o Jade e outra o Nathaniel, eu não consigo me decidir! 
-O que você vai fazer? Você não pode ficar com os dois.
-Vou sair com o Jade! - responde alegre. - Nathan foi bem claro dizendo que posso sair mesmo com ciúmes.
- Você vai trair o Nathaniel? - indagou ela.
- Claro que não! - exclamei chocada.  - Eu preciso conhecer ele melhor... depois saiu com o Nathaniel para saber quem eu escolho. Você não concorda Chantilly?
- Concordo! Mas eu prefiro mil vezes o Jade-chan! - exclamou corando e fazendo voz de apaixonada.
- Estou começando a achar que você está apaixonada é pelo Jade e não pelo Cream.
- Euphi-chan, por favor! - pediu ela envergonada. Nós rimos e Jenaah mudou de assunto: 
-Então conte-me tudo depois! - pediu alegremente.
-Claro. - respondi pegando o celular na bolsa e digitando uma mensagem. Não tinha coragem de ligar. Assim que enviei a SMS ele respondeu na mesma hora. Com certeza ele estava esperando a resposta com o celular grudado.
A mensagem dizia que ele iria me buscar no “apê” as 18hrs e eu respondi combinado. Eu e a Jê fomos almoçar no restaurante que tinha no nosso alojamento. Eu estava no mundo da lua lembrando do ciúme do Nathaniel e repetindo a imagem umas mil vezes. Então quem estava de fora podia ver a minha cara de boba!
- Olá meninas! - exclamou a Kelly acompanhada da Anny.
- Olá meninas! - cumprimentou Jê alegre, bem típico dela.
- Oi Euphi-chan. - disse Kelly. E eu nem ouvi viajando.
- Terra chamando Euphimea, Terra chamando Euphimea. - brincou Anny engrossando a voz.
- Hã? Ah! Olá meninas.
- Está no mundo da lua, não é cabecinha de vento? - indagou Anny brincando de novo. 
- Ai gente é que eu estou feliz que o Nat está com ciúmes, pois eu vou sair com o Jade.
- O quê?! - exclamoram ela supresas e felizes.
- E então se declarou para ele finalmente, Euphi? - indagou-me Anny.
- Ainda não.
- Não! Eu vou te matar garota! - exclamou ela furiosa com as duas mãos no meu pescoço.
- Calma Anny-chan! - pediu Mel a sua fada.
- Você é muito lerda sabia!
- Não me chama assim! - choraminguei. - Você é a segunda pessoa que me chama de lerda hoje.
- E quem foi a primeira? - perguntou Kelly curiosa apoiando o rosto nas duas mãos.
- Castiel-kun.
- Amiga, você pode das coisas! - brincou Anny deixando Jê com um pouco de ciúmes.
- No fim a Ambre me fez um favor.
- A Ambre! - exclamoram ambas.
-Shiii. - fiz com o dedo na boca. - As "Trix" estão ali. - disse ao ver Ambre e suas amigas, Charlotte e Li, rindo com um notebook rosa sobre a mesa. Kelly e Anny cairam na risada, pois nunca ouviram esse apelido.
-Elas parecem as trix mesmo, que bruxas! - concordou Kelly.  E o Nathan é tão fofinho!
- Pois é. Como eles podem ser tão diferentes?!- exclamei indignada.
Depois do almoço as meninas me chamaram para dar uma volta na cidade, mas eu estava com muito sono e subi para o quarto. Arrumei  minhas coisas que estava tudo bagunçado e fiquei um tempinho na janela repetindo na minha mente a frase de Nathaniel: - " É porque você vai sair com ele." Já não mais aguentando de sono fui dormir. Chantilly aproveitou para dormir também.
Não sei por quanto tempo dormi. Acordei sobressaltada quando meu celular tocou e atendi correndo meio aborrecida sem ver quem era:
- Alô!
-A-alô. Euphimea? É o Jade. - eu fiquei branca. Meu coração ia saltar pela boca.
- Oi Jade! - falei nervosa  com a voz tremida. - O que foi?
- Liguei para saber se gostou do presente. - indagou com a voz um pouco insegura.
-Gostei! Gostei muito! Obrigada, viu. - respondi tentando disfarça e de repente a imagem de Nat apareceu na minha mente. A imagem do nosso beijo no banquinho. Então uma repulsa pelo Jade me veio quando eu indaguei: - Está tudo bem com você, Jade-kun? - não sei como saiu a minha voz, porém estava um pouco diferente e  ele percebendo indagou: 
- Algo errado?
- Hã? Nada, não, por quê?
- Sua voz... está estranha. Não está normal. Aconteceu alguma coisa? Se você não quiser sair eu vou entender, viu?
- Sim... quero dizer... não! Espera aí. - dei uma pausa, pois estava tão nervosa com essa situação que eu não sabia o que responder para ele. Ouvi sua respiração ansiosa e insegura. Tadinho, ele devia está muito nervoso e com medo deu falar um não. Estava ancioso para me ver, eu queria vê-lo também, mas meu corpo dizia que não, que só Nathaniel tinha o direito de me tocar e tão respondi:
- Eu vou sair contigo, Jade-kun. Está bem? Não se preocupe!
- Que bom! - disse aliviado. Chantilly ainda dormia aquela dorminhoca! No momento que eu mais precisava dela.  
-Você vem me buscas as 18hrs certo?
- Sim, eu já estou chegando aí.
-O quê?! Que horas são agora?
- São 17:30hrs, por quê?
- Aaahhh! Meu Deus! Vou me arrumar, um beijo.
- Está bem... - e ai eu desliguei voando para o banheiro. Nunca fui tão rápida na vida! Eu dormir muito! Devia ter colocado o celular para tocar. Enquanto eu me culpava e me vestia meu vestido azul claro, Jê entrou no quarto acompanhada das meninas
- Oi meninas! - cumprimentei olhando rapidamente e abotoando a sandália de salto.
- Você ainda está aqui? - indagou Jê preocupada.
- Pois é, perdi a hora dormindo! E a Chantilly nem para me avisar.
- Aff, que coisa!  E o que ela está fazendo?
- Dormindo. - respondi e elas riram. Fui até ela que dormia dentro da gaveta do criado mudo: - Acorda Chantilly!
- Aaahhhh! - gritou ela assutada. - O que foi?! - indagou levantando voo. As meninas riram dela e
de repente bateram na porta, eu gelei, pois olhei no relógio e era 18hrs em ponto. Kelly abriu a porta e eu vi um enorme buquê de rosas pink, e um par de penas logo abaixo.
- Olá, Euphi-chan! - ouvi a voz alegre do Jade. As meninas fizeram um “hhhãããã!” e eu corei, pegando as rosas as arremessando na cama. As pétalas voaram para todos os lados e fechei a porta atrás de mim. Puxei o Jade pelo braço, roxa de vergonha!
- Deixei você sem graça? - indagou ele me olhando enquanto eu ia na frente o puxando com todas as minhas forças. - Não sabia que você estava com suas amigas.
- Tudo bem... vamos. - falei chamando o elevador.
- Olá Jade-chan! 
- Oi Chantilly-chan! - comprimentou com um sorriso.
- O-oi Cream-kun. - gaguejou ela corada.
- Oi... Chantilly-kun. - respondeu corando também.
A porta de um dos quartos abriu e vi as Trix saindo. Quando o elevador chegou eu empurrei Jade para dentro para que elas não me vissem, apertei o botão rapidamente e o encostei com força na parede. Assim vi o seu rosto corado. Ele estava bonito, com uma boina moderninha, uma blusa de botão preta com a primeira casa aberta, calça jeans escura apertada.  Ao vê-lo melhor meu coração disparou e ele ficou me olhando com uma cara de confuso. Ainda não havia reparado em seus  longos sílios que eram de um verde mais claro que o cabelo. 
O elevador parou indicado que chegamos, ele não disse nada até a gente está na calçada. Eu andava na frente, dessa vez soltei ele. Eu estava muito nervosa a ponto de tremer. Por que que aquilo estava acontecendo? Por que imagens de Nathaniel vinha a minha mente? Por que me sentia culpada de ter saído com Jade? Ele segurou a minha mão me fazendo parar e eu virei-me.
- O que houve? Você está esquisita desde quando falamos pelo telefone. Está se sentindo obrigada a sair comigo?
- Claro que não, Jade! Imagina! De onde você tirou essa ideia? Amei sua flor íris, suas rosas e vamos sair sem problemas...
- Você não está sendo sincera comigo. - falou me cortando, sério e chateado. Eu abaixei a cabeça, calada e tentando me acalmar. Onde estava Chantilly quando mais eu precisava dela? Sumiu com Cream! Será que ela foi ter seu encontro também? Eu era transparente demais. Jade se aproximou e me abraçou fazendo me desabar.
- Desculpe Jade, estou estragando sua noite. - falei soluçando. A essa altura minha maquiagem tinha ido embora.
- Você deveria ter falado que não estava bem. - disse preocupado se culpando e beijando minha cabeça.
- Mas... eu queria te ver! Não sei quando o verei de novo. - quando eu disse isso sua respiração ficou mais profunda e seu coração acelerado. Aquilo me dizia que ele gostava muito de mim. Passei a mão com cuidado nos olhos para não arrancar o resto do rímel e olhei para o rosto dele. Seus olhos brilhavam a luz dos postos e ele se inclinou para me beija e eu escapei desviando e perguntei: - Para onde nós vamos?
- Está com fome?
- Um pouco.
- Tem um carrinho de cachorro quente bem ali, pode ser? Ou quer outra coisa?
- Pra mim está ótimo! - antes de começar a andar ele segurou na minha mão de novo, como se fosse namorados. Senti alguns calinhos, claro é de tanto capinar no jardim, mas a sua mão não era tão grossa. Meu corpo o rejeitava, mas isso começou a acontecer depois de ter saído com Nathaniel. Era como somente ele poderia me tocar. E um sentimento de traição invadiu minha mente. Novamente aquela cena dele com ciúmes me fazia me sentir culpada. 
Comemos e depois fui andando na frente de novo. Ainda estava muito nervosa e corada por o ter encontrado novamente. Eu usava o cordão que ele havia me dado.
- Euphi. - chamou.
- Sim. - respondi virando-me e forçando um sorriso.
- Venha aqui. - pediu. - Pare de fugir de mim. - fiquei sem graça de novo e ele pegou na minha mão entrelaçando os dedos ficando bem perto. - Não sei o que aconteceu, mas poderia esquecer um pouco?
- Sim, claro! - ele tinha razão. Precisava esquecer o Nathaniel e sua cena de ciúme custe o que custar.
- Venha quero lhe mostrar uma coisa. - falou sorrindo gentilmente e me fazendo entrar na grama. Meu salto afundou na terra (poff) e eu gritei me apoiando nele.
- Desculpe. Não percebi que você estava de salto. - e agarrou minhas pernas pegando-me no colo. Eu gritei e comecei a rir.
- Eu não acredito nisso! Você vai me carregar, é?
- Vou. - falou começando a andar. Passamos pelas árvores e vi uma lagoa. O luar e as estrelas refletiam na água e o lugar era lindíssimo. Cheio de vaga-lumes voando.


 Ele se abaixou me colocando sentada na grama e sentou ao meu lado ofegante.
- Que lindo Jade! Inacreditável!
- Eu venho nesse lugar desde pequeno. É o meu lugar secreto, lindo não?
- Sim! Amei, amei mesmo!
Uma brisa começou a soprar e o silêncio da noite inundava o ar. Logo os grilos começaram a cantar e eu pedi para Jade se virar de costas para mim. Eu ia me encostar nele para olhar as estrelas para encontrar uma estrela cadente e ele obedeceu. Suas costas eram tão quentinhas que eu me esqueci por um breve momento que estava alí.
-Alguma estrela cadente, Euphimea?
- Não Jade. Mas só de está assim contigo já está bom demais! - exclamei me esquecendo de tudo. Alguns minutos se passaram. Abri os olhos e olhei para o céu que parecia cada vez mais perto. E foi quando vi a estrela. -Ah! Achei! - exclamei feliz.
- Onde? - perguntou se virando e esquecendo de mim. Cai deitada na grama e batendo com a cabeça no solo.
- Ai. - disse e comecei a rir.
- Ôh! Desculpe! Se machucou? - indagou ficando ao meu lado sem graça e preocupado,  passou o braço para o outro lado do meu corpo.
- Acho que fiz um galo. - falei brincando me levantando e tocando na cabeça. Olhei para ele e seus olhos estavam sorridentes e ele me empurrou para a grama de novo se inclinando ao mesmo tempo. Como fui pega de surpresa automaticamente as pernas dobraram e ele ficou no meio delas. Segurei a cabeça para não bater de novo e naquela posição eu estava presa. Meu vestido desceu até a metade da minha coxa deixando-me corada. Não podia fugir. Seu tronco inclinava sobre o meu ficando por cima. Senti meu coração pular e meu rosto queimar. Seu corpo expressava que estava ansioso de me beijar.
- Pare Jade-kun! - pedi envergonha e o empurrando no peito.
- Não. - disse firme quase em um sussurro. - Eu estava morrendo de saudade de você, Euphi.  E ele me beijou, segurando minhas costas e minha mão que o impedia. Sua boina caiu por trás da minha cabeça. Parecia que estávamos perdidos no espaço. Depois do beijo ele deitou a cabeça sobre os meus seios ouvindo o meu coração. Eu cruzei os braços sobre seus ombros e o senti suspirar. Eu estava muito corada, principalmente por ele está no meio das minhas pernas.
- Gosto... tanto de você... Euphi. - sussurrou feliz. Eu não sabia o que dizer para ele. Fiquei em silêncio. Era o mesmo que dizer um não para ele e por isso ele perguntou: - Você não gosta, não é?
- Olha... Jade... - procurei as palavras certas. - Eu gosto de você, se não pode ter certeza que eu não estaria aqui. - eu estava me esforçando para aquele encontro ser perfeito e esquecer da culpa que Nathan me fez sentir.
- Euphi, por eu ser um cara mais velho... eu penso em algo mais sério. Não sou de só ficar, entende?
- Entendo. Eu já imaginava, Jade.- disse concordando. "Por que você gosta tanto de mim? Não faz isso comigo, por favor! E algo estranho aconteceu, lágrimas começaram a cair dos meus olhos. Ele percebeu que eu chorava.
-O que foi?
- Eu joguei suas rosas na sua frente, desculpe! - "mentira! Não era isso que eu queria falar". 
- Fiquei um pouco chateado ao vê-las despetalando, mas também vi que você estava embaraçada.
- É que você me ligou, eu tinha acabado de acordar. - falei limpando as lágrimas.
- Eu sei, sua voz dizia isso. Desculpe ter lhe acordado.
- Imagina! Se não teria encontro, né?. - ele se levantou e me ajudou a ficar sentada. A primeira coisa que fiz foi puxar o vestido para baixo.  Abraçou-me... era reconfortante, me deixava segura. E eu enfiei o rosto no seu pescoço. Consegui parar de chorar ao senti o cheiro da sua pele. Não era o cheiro do perfume e sim da pele dele. Era um cheiro agradável me tranquilizando. Sua respiração me dizia que ele controlava seus sentimentos e impulsos. Então gaguejou:
- E-euphi... eu sou homem... e a sua respiração no meu pescoço está me deixando... digamos...você sabe.
- Ah! Claro! - falei dando um pulinho para trás vermelha de vergonha. - Não quero lhe deixar embaraçado! - a minha sinceridade as vezes me coloca em cada enrascada. Ele estava vermelho feito um pimentão e eu nem conseguia olha para ele de tão sem graça que eu fiquei. Meu Deus! Como ele me diz uma coisa dessas! Se bem que ele é mais velho e estava preocupado comigo.
Então cada um ficou com o rosto virado para o lado. Eu não sabia o que dizer depois de um confissão daquela.
- Eu não devia ter dito. - começou ele para quebrar o silêncio.
- Por favor, vamos esquecer, pois se você falar mais alguma coisa eu cavo um buraco aqui mesmo e me enfio lá dentro.
- Tudo bem. - nunca tinha saído com alguém mais velho e tudo relacionado a “aquilo” me deixava muito sem graça. Claro, que era normal para ele que é homem, mas eu nunca estive numa situação como aquela. Ele segurou meu rosto virando e me beijou. Eu travei, me afastando. - Euphi... calma, não vai acontecer nada. - disse ele tentando me acalmar.
- Pelo amor de Deus! Não me deixei mais sem graça. - pedi cobrindo o rosto com as mãos. Então Jade me abraçou de lado se aproximando rapidamente. Meu coração batia tão forte que eu não conseguia aguentar, mas eu consegui me acalmar. E então o abracei de volta.
- Você quer voltar? - depois dessa é claro! Respirei fundo e disse um sim. Ele se levantou colocando a boina na cabeça e curvou as costas. - Vem, sobe que eu lhe carrego. Subi nas costas dele, assim ficava mais fácil de me carregar de volta. - Desculpe E-euphi. Desculpe mesmo. - falou sem graça.
- Olha, isso é normal. Você é um homem e eu sou uma mulher, estávamos nos beijando... - ele ficou calado e estava muito sem graça. - Eu sei que você está preocupado, então vamos esquecer, certo?
- Está bem... - e em silêncio chegamos na calçada. Desci de suas costas e eu peguei na mão dele. Esforça-me aproximar dele, mesmo meu corpo recusando. Andamos de volta para o apartamento e no meio do caminho aconteceu uma desgraça.
Nathaniel apareceu rodeado de meninas. Deveria ter umas 30 delas. Algumas conheciam o Jade e o cumprimentaram.
- Nathaniel... - sussurrei surpresa e preocupada.
- Olá, Euphimea e Jade. - falou secamente. - Como vocês estão?
- Estamos bem. - respondeu ele por mim ao perceber a situação.
- Que bom... vamos meninas.  
- Sim Nathaniel-senpai. - falaram em couro alegres e ele passou sem olhar na minha cara. Estava com uma calca branca, de sapato social preto e uma camisa azul. Seus cabelos estavam despenteados um pouco, o deixando mais lindo e menos ar de certinho. Enquanto ele ia eu me virei o vendo partir. Meu coração doía e eu me segurei para não chorar.
- Agora eu entendi tudo. - falou Jade bem sério soltando minha mão.
- Jade? Espere um pouco. - pedi ao vê-lo ir à frente. Coloquei-me na sua frente e comecei a dar satisfação piorando ainda mais as coisas: - Eu não tenho nada com ele! Entendeu?
- Eu vi o jeito que você olhou para ele, Euphi! Você está apaixonada. - respondeu com ciumes. - Você não saiu comigo por pena? Pois se for eu jamais irei lhe perdoar.
- Claro que não! Eu gosto de você!
- Não tanto quanto dele. - acusou-me friamente. - Realmente pensei que você era diferente, mas já vi que é igual as outras... caindo na armadilha dele.
- Armadilha, que armadilha? - indaguei confusa. Será que o Jade sabe sobre a personalidade verdadeira de Nathaniel. Ele me abraçou apertado percebendo que eu realmente não estava entendendo nada. A gente não manda no coração.
- Vou me afastar do colégio, mas eu não vou lhe perde para ele. - sussurrou no meu ouvi e agarrando meu rosto com força me beijou. Encostou a testa com a minha e continuou sussurrando: - Vou lhe mandar torpedos todos os dias... quando não me responder mais saberei que lhe perdi... 
Depois foi embora enfiando as mãos no bolsos. Ai! Senti uma dor no peito como se algo tivesse sido arrancado. O que é isso? E onde está Chantilly numa hora dessas?   
Ainda assustada com uma sensação de ter perdi algo subi para o apartamento pensando em tudo o que aconteceu. Kelly veio abrir a porta e se assustou com aquela aura negra de depressão saindo do meu corpo. As meninas ficaram com medo e eu entrei explodindo contando o que acabara de acontecer. Elas ficaram chocadas:
- Menina de Deus! Você tinha que encontrar com Nathaniel? – indagou Anny chocada.
- Eu não posso acreditar! – surpreendeu Jê. - Será que você perdeu o Jade? - quando ela disse isso senti aquela dor novamente no meu peito e voltei a chorar.
- O Jade é sua alma gêmea! – exclamou Kelly.
- Mas vamos combinar que é ele sem noção! – falou a malvada da Anny. – Como ele fala algo assim no 1º encontro com uma menina?
- Pera lá! – defendi o Jade, ficando furiosa de repente. – Ele não falou por mal! Na verdade ele quis me proteger para não acontecer algo que eu não gostasse depois.
- Isso é verdade. – concordou Kelly e Jê.
- Se vocês acham isso. - concordou Anny sem graça.
- Você não perdeu ele Euphi. - disse Candy me consolando. 
- É... Jade-chan te ama muito! - concordou Mel e Baballow balançava a cabeça confirmando.
- Obrigada minhas fadinhas lindas. - disse forçando um sorriso.
- Euphi-chan! - gritou Chantilly entrando pela janela. - Cheguei! Senti que você estava precisando de mim. Furiosa agarrei ela com as duas mãos e fogo saia da minha cabeça. - Onde você estava fada inútil?!
- Calma Euphi-chan! - pediu desesperada com medo da minha cara. - Eu fui ter o meu encontro também. - confessou relutante. - Mas não conto mais nada além disso.
- Estou com uma sensação se eu perder o Jade eu vou morrer. 
- O que houve? - indagou Chantilly. Contei tudo novamente e ela falou:
- Não vai perder não. - tranquilizou-me. -  Do jeito que eu conheço ele... vai voltar pra você, Euphi.
- Estou sentindo tanto frio. - confessei.
- Relaxa. Isso é a dor da perda.
As meninas ficaram mais uma pouco para me animar, mas eu queria ficar sozinha. Não completamente, pois dividia o quarto com a Jennaah. Ela também não insistiu só perguntou se podia ligar a tv. Eu respondi que podia e fui me distrair até a hora de dormir.